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Из серии: Memórias de um Vampiro #5
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CAPÍTULO CINCO

Sam tem dificuldade em acompanhar a conversa de Polly enquanto caminham. Ela fala rápido demais, e parece não parar nunca, partindo de um assunto ao outro sem pausa. Ele ainda está desconcertado devido à viagem no tempo, e a chegada a um novo lugar – e precisa de tempo para processar tudo aquilo.

Mas eles estavam caminhando há quase meia hora; ele constantemente tropeçando em galhos enquanto a segue em ritmo frenético pela cidade, e ela sem parar de falar. Ele mal havia conseguido dizer uma palavra. Ela continua falando sobre o “palácio” e a “corte” e sobre os membros de seu coven e um concerto que aconteceria, e um homem chamado Aiden. Ele não faz a mínima ideia sobre o que ela está falando – ou onde o está levando. Ele está determinado a encontrar algumas respostas.

“… claro, não é bem um baile,” Polly está dizendo, “mas mesmo assim, será um evento maravilhoso – mas não sei ainda o que vou vestir. Há tantas opções, mas não o suficiente para um evento como esse—”

Por favor!” Sam diz finalmente, enquanto ela continua saltitando pela floresta, “Sinto interrompê-la, mas tenho algumas perguntas para lhe fazer. Por favor. Eu preciso de respostas.”

Ela finalmente para de falar, e ele respira aliviado. Ela olha para ele com um olhar curiosa, como se não percebesse que havia falado durante todo o tempo.

“Tudo o que você precisa fazer é perguntar!” ela diz alegremente. E então, antes que ele possa responder ela completa impaciente, “E aí? O que você quer saber?”

“Você disse que foi enviada para me buscar,” Sam diz. “Por quem?”

“Essa é fácil,” ela responde. “Aiden.”

“E quem é ele?” Sam quer saber.

Ela dá uma risadinha, “Gente, mas você tem muito que aprender, não é mesmo? Ele só é o mentor de nosso coven há milhares de anos. Não sei por que ele está interessado em você, ou por que ele me pediu que caminhasse tão longe para buscá-lo em um dia tão lindo como esse. Até onde eu sei você mesmo teria encontrado seu caminho até nós eventualmente. Sem falar, que eu tinha milhares de coisas para fazer hoje, inclusive achar um vestido novo e—”

Por favor,” Sam diz, tentando se concentrar no que estava dizendo antes que perca o foco. “Eu realmente agradeço por você ter vindo me buscar e tudo mais, e não quero parecer mal agradecido,” ele diz, “mas onde quer que estejamos indo, eu realmente não tenho tempo para isso. Veja bem, eu vim até aqui, até este lugar e tempo, por uma razão. Eu preciso ajudar minha irmã; preciso encontrá-la – e não tenho tempo para visitas.”

“Bem, eu dificilmente chamaria isso de uma visita,” Polly diz. “Aiden é só o homem mais procurado na corte. Se ele se interessou por você, não é uma oportunidade para se jogar fora,” ela explica. “E seja lá quem você procura, se alguém pode ajudá-lo, essa pessoa é Aiden.”

“E onde é que estamos indo, exatamente? E quanto tempo falta para chegarmos lá?”

Ela dá mais alguns passos pela floresta e ele se apressa para alcança-la, se perguntando se ela responderia sua pergunta, ou daria alguma resposta objetiva – quando, naquele momento, a floresta de repente se abre.

Ela para e ele para ao lado dela, espantado.

Diante deles há um campo imenso e, à distância, um lindo jardim, com a grama perfeitamente cortada em diferentes formas e variados tamanhos. O lugar é lindo, como uma obra de arte viva.

Ainda mais bonito é o que existe além do jardim. Há um palácio, maior que qualquer estrutura que Sam já tinha visto. O prédio todo é feito de mármore, e se estende em todas as direções até onde Sam pode enxergar. A arquitetura é clássica e formal, com dezenas de janelas imensas e uma ampla escadaria de mármore levando até a entrada. Ele sabe que já tinha fotos daquela construção em algum lugar, mas não consegue se lembrar de onde.

“Versalhes,” Polly diz, oferecendo uma resposta como se tivesse lido os pensamentos dele.

Ele olha para ela e sorri.

“É onde nós moramos. Você está na França, em 1789. Tenho certeza que Aiden deixará que se junte a nós, desde que Maria nos dê permissão.”

Sam olha para ela confuso.

“Maria?” ele pergunta.

Ela abre ainda mais o sorriso, balançando a cabeça. Ela lhe dá as costas e começa a saltitar pelo campo, na direção do palácio. Enquanto faz isso, ela responde a pergunta dele.

“A Maria Antonieta, é claro!”

*

Sam caminha ao lado de Polly, subindo os infindáveis degraus da escada de mármore, em direção às portas do palácio. Enquanto caminham, ele tenta absorver tudo o que vê pela frente. A magnitude e proporção daquele palácio é assustadora. À sua volta, pessoas que ele presume fazerem parte da realeza caminham pela propriedade, vestidas com roupas como ele nunca tinha visto antes. Ele não consegue parar de analisar o lugar. Se alguém tivesse lhe falado que ele estava sonhando, ele teria acreditado. Ele nunca havia estado na presença de pessoas da realeza.

Polly não tinha parado de falar, e ele se esforça para se concentrar no que ela diz. Ele gosta de estar perto dela, aprecia sua companhia, mesmo tendo dificuldades em prestar atenção ao que ela diz. Ele também a acha muito bonita, mas há algo sobre ele que o deixa em dúvida se ele realmente se sente atraído por ele, ou se gosta dela apenas como amiga. Com suas namoradas anteriores, ele tinha sentido atração desde a primeira vista; com Polly, ele sente uma grande camaradagem.

“Sabe, a família real mora aqui,” Polly diz, “mas nós também vivemos aqui. Eles nos querem aqui, afinal somos a melhor proteção que eles podem ter. Vivemos juntos no que poderia ser chamado de harmonia amigável. Isso funciona para ambas as partes. Com essa floresta imensa, temos como caçar, um lugar agradável para viver e ótimas companhias. Em troca, ajudamos a proteger a família real – sem falar que alguns deles são como nós, também.”

Sam olha para ela ainda mais surpreso.

“A Maria Antonieta?” ele pergunta.

Polly assente discretamente com a cabeça, como se estivesse tentando guardar o segredo, sem sucesso.

“Mas não conte para ninguém,” ela pede. “Há alguns outros também, mas a maior parte da realeza é humana. Eles querem ser como nós, mas há regras bastante rígidas quanto a isso. Não é permitido; somos nós e eles, e não temos permissão para cruzar essa linha. Não queremos que certos membros da realeza tenham muito poder – e Maria também insiste nisso.

“De qualquer forma, esse lugar é simplesmente fabuloso. Não consigo imaginar que um dia isso chegue ao fim. Temos festas seguidas por mais festas, e bailes intermináveis, e concertos… Esta semana teremos um concerto maravilhoso; na verdade é uma ópera – já até escolhi meu vestido.”

Ao chegarem até as portas, vários serviçais se apressam para abri-las. As portas douradas são enormes e Sam as observa espantado ao entrar no palácio.

Polly atravessa um corredor comprido de mármore como se fosse a dona do lugar, e Sam precisa se apressar para acompanhá-la. Enquanto caminham, Sam olha tudo à sua volta, impressionado pelo luxo do lugar. Eles passam por diversos corredores, também feitos de mármore e repletos de espelhos dourados que refletem a luz de diversos lustres de cristal. O sol invade o lugar, iluminando ainda mais o local.

Eles passam por diversas portas e finalmente chegam a um salão de mármore rodeado de colunas. Vários guardas estão a postos quando Polly entra na sala.

Polly dá uma risadinha, aparentemente imune a eles. “Nós também podemos treinar aqui,” ela informa. “As instalações do palácio são as melhores que existem, e Aiden nos mantém sempre ocupados. Fico surpresa que ele tenha permitido que eu pausasse para ir buscar você. Você deve ser alguém mito importante.”

“Então onde está ele?” Sam pergunta. “Quando poderei conhecê-lo?”

“Nossa, você é bem impaciente, não é mesmo? Ele é um homem muito ocupado, e pode escolher não conhecer você por algum tempo, ou pode mandar alguém buscá-lo imediatamente. Não se preocupe, você saberá quando ele quiser vê-lo. Espere um pouco. Enquanto isso, pediram que eu lhe mostrasse seu quarto.”

“Meu quarto?” Sam pergunta, surpreso. “Espere só um minuto, eu nunca disse que ficaria aqui. Como eu disse, eu realmente preciso encontrar minha irmã,” Sam começa a protestar —mas naquele instante, grandes portas duplas se abrem diante deles.

Uma comitiva real de repente entra no salão, ao redor de uma mulher que fica no centro, sendo carregada em um trono real.

Eles a colocam no chão e, ao fazerem isso, Polly faz uma saudação, inclinando-se para frente e gesticulando para que Sam faça o mesmo. Ele obedece.

A mulher, Maria Antonieta, lentamente se levanta do trono e dá vários passos na direção deles, parando diante de Sam e gesticulando para que ele se levante. Sam mais uma vez obedece.

Ela olha Sam da cabeça aos pés, como se ele fosse um objeto de seu interesse.

“Então, você é o novo garoto,” ela diz, com o rosto sem expressão. Seus olhos verdes ardem com uma intensidade que Sam nunca tinha visto antes e ele sente, realmente, que ela é como eles.

Finalmente, após segundos intermináveis, ela balança a cabeça afirmativamente. “Interessante.”

Com isso, ela passa por eles e sua comitiva rapidamente a segue para fora do salão..

Apenas uma pessoa fica para trás, obviamente alguém da família real. Ela parece ter 17 anos, e está usando um vestido de veludo azul real, dos pés a cabeça. Ela tem a pele mais clara que Sam já havia visto, cabelos loiro encaracolados e olhos azuis bem claros. Ela fixa o olhar em Sam, encarando-o abertamente.

Ele fica hipnotizado pelo olhar dela, incapaz de olhar para qualquer outra coisa.

Ela é a garota mais bonita que ele já havia conhecido.

Após alguns segundos, ela dá um passo à frente e olha dentro dos olhos dele ainda mais de perto. Ela estica o braço, com a palma da mão virada para baixo, obviamente esperando que ele a beije. Ela se move devagar, com orgulho.

 

Sam pega na mão dela, e sente a eletricidade ao tocar em sua pele. Ele leva os dedos dela até os lábios e os beija.

“Polly?” a garota diz. “Você não vai nos apresentar?”

Não é uma pergunta. É uma ordem.

Polly limpa a garganta, relutantemente.

“Kendra, Sam,” ela fala. “Sam, Kendra.”

Kendra, Sam pensa, olhando dentro dos olhos dela, surpreso pela maneira como ela o encara com agressividade, como se ele já fosse uma propriedade sua.

“Sam,” ela repete, sorrindo. “Um pouco simples, mas eu gosto.”

CAPÍTULO SEIS

Kyle arrebenta o sarcófago de pedra com apenas um golpe. Ele se parte em um milhão de pedaços, e ele caminha para fora do caixão vertical, inteiro e pronto para a ação.

Ele dá uma volta e avalia o lugar, pronto para atacar qualquer pessoa que se aproxime. Na verdade, ele espera que alguém se aproxime para uma luta. Esta viagem no tempo tinha sido particularmente irritante, e ele está pronto para descontar sua raiva em alguém.

Mas ao olhar a sua volta, para sua decepção, ele percebe que o local está vazio. Ele está sozinho.

Lentamente, sua raiva começa a se abater. Ao menos ele tinha ido parar no lugar certo e, já pode sentir, no tempo certo. Ele sabe que tem mais experiência em viagens no tempo do que Caitlin, e que consegue definir mais especificamente o seu destino ao viajar. Ele olha ao redor e, para sua satisfação, percebe que está exatamente onde queria estar: Les Invalides.

Ele sempre havia gostado da Les Invalides, o lugar tinha sido importante para os piores tipos de sua raça. Um mausoléu subterrâneo, o lugar é feito de mármore, decorando com bom gosto e repleto de sarcófagos alinhados junto às paredes. O prédio tem o formato cilíndrico, com teto altíssimo terminando em um domo.  É um local sóbrio, ideal para o último local de descanso para os soldados de elite da França. Kyle também sabe que é ali que Napoleão um dia seria enterrado.

Mas ainda não. Eles ainda estavam no ano de 1789, e Napoleão – aquele bastardo – ainda está vivo; é um dos vampiros prediletos de Kyle. Ele deve ter em torno de 20 anos agora, pensa Kyle, ainda em começo de carreira. Ele não seria enterrado ali por muitos anos. Obviamente, sendo da mesma raça que ele, o enterro de Napoleão seria apenas um engodo, apenas uma forma de fazer com que os humanos acreditassem que ele era um deles.

Kyle sorri ao considerar sua situação. Aqui está ele, no túmulo de Napoleão, antes mesmo que ele tenha “morrido.” Ele está ansioso para revê-lo, para relembrar os velhos tempos. Napoleão é, afinal, um dos poucos vampiros por quem Kyle sente algo parecido com respeito. Mas é também um arrogante de merda, e Kyle terá que lhe ensinar uma lição.

Kyle caminha devagar e enquanto ouve seus próprios passos, considerado seu estado físico. Ele certamente já tinha vivido dias melhores; havia perdido um olho contra aquela criança horrível, – filho de Caleb – seu rosto desfigurado pela luta contra Rexius ainda em Nova Iorque. Se isso não bastasse, ele agora também tem uma ferida no rosto, do golpe que Sam havia usado contra ele no Coliseu. Ele está um bagaço, e sabe disso.

Mas estranhamente, ele também gosta disso. Ele é um sobrevivente. Está vivo, – ninguém tinha sido capaz de detê-lo, e ele sente mais ódio do que nunca. Ele está determinado a impedir que Caitlin e Caleb encontrem o Escudo, e também quer fazer com que paguem. Ele vai fazê-los sofrer como ele tinha sofrido. Sam também está em sua lista agora- os três estão – e ele não vai desistir até que possa torturar cada um deles, bem devagar.

Com alguns saltos, ele sobre a escada de mármore, chegando ao nível superior do túmulo. Kyle circula a área, caminhando até o fim da capela sob o grande domo, e coloca o braço atrás do altar.

Ele passa a mão na superfície da parede do altar, tateando, até que finalmente encontra o que está procurando. Ele empurra a manivela, e o compartimento secreto se abre. Colocando a mão dentro dele, Kyle remove uma longa espada de prata, com o punho incrustado de jóias. Ele segura a espada contra a luz, examinando-a com satisfação. Ela está exatamente como ele se lembrava.

Ele a pendura nas costas, se vira e caminha pelo corredor, chegando até a porta de entrada. Ele se inclina para trás e, com um chute forte, arranca a porta de madeira do batente, arremessando-a para longe. O barulho ecoa pelo prédio vazio, e Kyle fica feliz ao notar que sua força está completamente restabelecida.

Kyle vê que ainda é noite, e relaxa. Se quisesse, poderia voar a noite inteira, rumo ao seu objetivo – mas ele prefere saborear cada minute. A Paris de 1789 é um lugar muito especial; ele se lembra da imensidão de prostitutas, bêbados, apostadores e criminosos que ainda povoam a cidade.   Apesar da boa aparência e da arquitetura, há um submundo, grande e influente, que ele aprecia. A cidade lhe pertence.

Kyle fecha os olhos, concentrando-se em seus sentidos. Ele pressente a forte presença de Caitlin naquela cidade, e a de Caleb também. Quanto a Sam, ele não tem tanta certeza, mas sabe que ao menos dois deles estão ali. Isso é bom, tudo que ele tem a fazer agora, é encontrá-los. Ele os pegará de surpresa e, se tudo correr bem, os matará facilmente. Paris é um lugar bem mais simples; não há um Conselho Vampiro, como em Roma, à quem ele deva responder. Pelo contrário, há um grande coven do mal em Paris, liderado por Napoleão – e Napoleão lhe deve um favor.

Kyle decide que sua primeira atitude será rastrear o malandro e convencê-lo.  Ele convocará todos os homens de Napoleão para que façam o possível para localizar Caitlin e Caleb. Ele sabe que os homens de Napoleão serão úteis se, por acaso, eles tentarem resistir. Ele não deixará nada ao acaso desta vez.

Mas eles ainda têm tempo, pode se alimentar primeiro, se aclimatar à cidade. Além disso, seu plano já está em andamento. Antes de deixar Roma, ele havia localizado seu antigo parceiro, Sergei, e o enviado para Paris na sua frente. Se tudo tinha funcionado de acordo com seu plano, Sergei já está aqui, dedicado a completar sua missão; infiltrando-se no coven de Aiden. Kyle sorri ao lembrar; não há nada que ele aprecie mais do que um traidor, – do que um cafajeste como Sergei. Ele tinha se tornado um brinquedinho de muita utilidade.

Kyle desce as escadas como um garotinho em idade escolar, absolutamente satisfeito, pronto para invader a cidade e fazer o que bem quiser.

Enquanto Kyle caminha, um artista de rua se aproxima dele segurando uma tela e um pincel, gesticulando para que Kyle deixe que ele pinte um retrato seu. Não há nada que Kyle odeie mais do que alguém querendo fazer o seu retrato, mas está de tão bom humor que decide deixar que o homem viva.

Mas quando o homem decide insistir, seguindo Kyle de maneira agressiva, – enfiando a tela na direção dele, Kyle pensa que ele foi longe demais. Ele estica o braço, pegando o pincel, e o enfia entre os olhos do homem. Um segundo depois o homem cai no chão, morto.

Kyle pega a tela e a parte em pedaços sobre o corpo do artista.

Kyle continua seu caminho, satisfeito, a noite tinha começado bem.

Ao virar em um beco, dirigindo-se até o distrito de que ele se lembra, as lembranças começam a ressurgir. Várias prostitutas caminham pelas ruas, chamando por ele. Ao mesmo tempo, dois homens cambaleiam para fora de um bar, claramente bêbados, e esbarram em Kyle, sem prestar atenção por onde andam.

“Ei, seu babaca!” um dos homens grita para ele.

O outro homem se dirige à Kyle. “Ei, seu cego!” ele grita. “Preste atenção por onde anda!”

O homem estende o braço para dar um empurrão no peito de Kyle, mas seus olhos se abrem surpresos, quando o empurrão não surte o menor efeito. Kyle não se mexe um milímetro; é como se o homem tivesse empurrado uma parede.

Kyle balança a cabeça lentamente, espantado pela estupidez dos dois homens. Antes que eles possam reagir, ele leva a mão às costas, pega sua espada e, com um movimento rápido, corta a cabeça dos dois em uma fração de segundo.

Ele observa com satisfação enquanto as cabeças dos homens rolam, e os dois corpos começam a cair ao chão. Ele coloca a espada de volta nas costas, e puxa um dos corpos para perto dele. Ele enfia suas longas presas no pescoço aberto, e bebe com avidez à medida que o sangue escorre.

Kyle pode ouvir as prostitutas ao seu redor começando a gritar ao perceberem o que havia acontecido. Seus gritos são seguidos pelo som de portas e janelas sendo fechadas.

Ele percebe que a cidade inteira já está com medo dele.

Bom, ele pensa. É exatamente o tipo de boas vindas de que ele gosta.

CAPÍTULO SETE

Caitlin e Caleb voam para fora de Paris sobrevoando o interior da França pela manhã; ela segura firme nas costas dele enquanto ele atravessa o ar. Ela se sente mais forte agora e sabe que se quisesse voar, poderia. Mas ela não quer se afastar de Caleb ainda, – ela gosta da sensação do corpo dele junto ao seu. Ela quer apenas abraçá-lo, experimentar a sensação de estarem juntos novamente. Ela sabe que é loucura, mas depois de terem passado tanto tempo separados, ela teme que, se soltá-lo, ele irá voar para longe dela.

Embaixo deles, a paisagem não para de mudar. Rapidamente, a cidade dá espaço para florestas densas e lindas colinas. Mais perto da cidade, há algumas casas e fazendas, mas quando mais se afastam, mais a paisagem parece intocada. Eles sobrevoam campos, prados verdejantes, algumas fazendas e ovelhas no pasto. Há fumaça saindo de chaminés, e ela deduz que as pessoas estejam cozinhando. Há varais estendidos sobre os quintais, onde lençóis estão secando. A cena é idílica, e a temperatura de Julho estava agradável o suficiente para que o vento fresco, especialmente a essa altura, é refrescante.

Depois de horas voando, eles fazem uma curva, e a paisagem deixa Caitlin sem fôlego: no horizonte, as águas azuis do mar refletem a luz do sol, enquanto ondas arrebentam continuamente na costa. Ao se aproximarem, a elevação aumenta, e ela vê que as colinas terminam na praia.

Aninhado junto às Colinas, em meio à grama alta, ela vê um único prédio delineado contra o horizonte. Trata-se de um castelo medieval glorioso, feito de calcário antigo e coberto por esculturas e gárgulas. Ele fica em um local alto da colina, com vista para o mar e rodeado por campos intermináveis de flores selvagens. A paisagem é de tirar o fôlego, e Caitlin sente como se estivesse em um cartão postal.

O coração de Caitlin começa a bater de excitação, ao considerar que este seja o castelo de Caleb. De alguma forma, ela sabe que é.

“Sim,” ele grita por causa do vento, lendo os pensamentos dela como sempre. “É aqui.”

O coração dela bate ainda mais rápido. Caitlin está tão feliz, e se sente tão forte; ela está pronta para voar sozinha.

De repente, ela solta as costas de Caleb e começa a voar pelo ar. Por um instante ela sente medo, sem saber se suas asas funcionariam, mas um segundo depois elas surgem, sustentando-a no ar.

Caitlin gosta da sensação do vento atravessando suas asas. É bom tê-las de volta e recuperar sua independência. Ela voa mais alto e mergulha na direção de Caleb, que sorri. Eles mergulham juntos, e depois sobem de novo, cruzando o caminho um do outro, deixando que as pontas de suas asas se toquem algumas vezes.

Juntos, eles mergulham, – se aproximando do castelo. Ele parece antigo; está bastante gasto, mas não é feio. Caitlin já o considera como seu lar.

Ao absorver tudo, observando a paisagem, as colinas e o oceano à distância, Caitlin se sente em paz pela primeira vez em muito tempo, como se finalmente estivesse em casa. Caitlin pode imaginar sua vida junto a Caleb e a família que teriam, se isso fosse possível. Ela ficaria feliz em passar seus últimos dias aqui com ele – e finalmente, ela não consegue pensar em nada que pudesse impedi-los.

*

Caitlin e Caleb aterrissam juntos em frente ao castelo, e ele segura sua mão, levando-a até a entrada. A porta de carvalho está coberta por uma camada grossa de poeira e sal e obviamente não tinha sido aberta por muitos anos.

“Já faz centenas de anos,” ele fala. “É uma surpresa agradável descobrir que ele ainda está aqui, que não foi vandalizado – e que ainda está trancado. Eu costumava deixar uma chave…”

Ele estica o braço, bem acima da janela, e tateia uma fenda atrás do arco de pedra em cima dela. Ele corre os dedos por ela, até que finalmente para, tendo localizado uma chave mestra longa e prateada.

Ao colocá-la na porta, ela se encaixa perfeitamente, e Caleb abre a fechadura com um suave clique.

 

Ele se vira e sorri para ela, abrindo-lhe caminho. “Por favor, me dê a honra,” ele diz, sinalizando para que ela entre.

Caitlin empurra a pesada porta medieval, abrindo-a lentamente; a porta range e placas de sal caem em pedaços quando a ela a empurra.

Eles entram juntos. O hall de entrada está escuro e coberto de teias de aranha. O ambiente é abafado e úmido, e parece não ter sido habitado há muitos séculos. Ela olha para as altas paredes de pedra, e para o chão. Há camadas de poeira cobrindo tudo, incluindo as janelas de vidro, o que impede a entrada da luz, fazendo o lugar parecer mais escuro do que o normal.

“Por aqui,” Caleb diz.

Ele a pega pela mão e a leva por um corredor estreito até um grande salão com janelas arqueadas em ambos os lados; o local está mais iluminado, apesar de empoeirado. Há alguns móveis ali: uma mesa medieval comprida, feita de carvalho, rodeada de cadeiras entalhadas. No meio do salão há uma enorme lareira – uma das maiores que Caitlin já tinha visto. É incrível – Caitlin se sente como se estivesse de volta aos Claustros.

“Ele foi construído no século XII,” ele diz, avaliando o lugar. “Naquela época, esse era o estilo.”

“Você morou aqui?” Caitlin pergunta.

Ele assente.

“Por quanto tempo?”

Ele pensa. “Não mais que um século,” ele responde. “Talvez dois.”

Caitlin se espanta, mais uma vez, com a imensidão do tempo no mundo vampiro.

Mas de repente, ela fica preocupada, ao pensar em uma possibilidade: ela tinha vivido aqui com outra mulher?

Ela teme perguntar, mas ele subitamente se vira e olha para ela.

“Não, não morei,” ele diz. “Eu vivia aqui sozinho, posso lhe garantir. Você é a primeira mulher que trago aqui.”

Caitlin fica aliviada, embora esteja envergonhada por ele ter lido seus pensamentos.

“Venha,” ele diz. “Por aqui.”

Ele a guia por uma escada de pedra em espiral e, depois de algumas voltas, eles chegam ao segundo andar. Ali, a luz do sol entra pelas grandes janelas em todos os lados, deixando o lugar mais claro que o primeiro andar. Os quartos são menores e mais íntimos. Há mais algumas lareiras de mármore no Segundo andar e, à medida que Caitlin caminha de quarto em quarto, ela localiza uma enorme cama com dossel em um dos quartos. Poltronas e sofás de veludo estão espalhados pelos outros quartos. Não há tapetes, apenas o chão de pedra. O castelo é simples, mas muito bonito.

Ele a dirige até o outro lado do quarto, até duas portas grandes de vidro. Elas estão tão cobertas de poeira que a princípio Caitlin não as tinha notado. Ele se aproxima delas e puxa as maçanetas com força até que, finalmente, elas se abrem com um barulho, levantando uma nuvem de poeira.

Ele caminha até o lado de fora, e Caitlin o segue.

Caitlin e Caleb se encontram em uma ampla sacada de pedra, cercada por colunas de calcário esculpido. Eles se aproximam da borda e observam a paisagem.

De onde eles estão, podem ver do interior à costa. Caitlin pode ouvir o som das ondas arrebentando na praia, e sentir o cheiro do mar na brisa que sopra em sua direção. É como se Caitlin estivesse sonhando.

Se Caitlin tivesse um dia imaginado a casa de seus sonhos, esta certamente seria ela. Ela está empoeirada, e carente de um toque feminino, mas Caitlin sabe que poderiam dar um jeito nisso, e restaurá-la ao estado original. Ela sente que este é um lugar que eles realmente poderiam chamar de lar.

“Eu estava pensando sobre o que você disse,” ele fala, “durante toda a viagem até aqui. Sobre construirmos uma vida juntos. Eu gostaria muito de fazer isso.”

Ele coloca um braço em volta dela.

“Eu gostaria que você vivesse aqui comigo, e que recomeçássemos nossa vida juntos bem aqui; o lugar é calmo, seguro e protegido. Ninguém sabe sobre este castelo, e ninguém poderá nos encontrar aqui. Não vejo por que não podemos viver nossas vidas em segurança, como pessoas normais,” ele fala. “Claro, é preciso muito trabalho para consertar o lugar; mas eu estou disposto, se você estiver.”

Ele olha para ela e sorri.

Ela devolve o sorriso, completamente apaixonada.

Mais que isso, ela está emocionada pelo convite para morar com ele, – nada é mais importante para ela do que isso. A verdade é que ela teria morado com ele em qualquer lugar, mesmo que fosse apenas uma cabana na floresta.

“Eu adoraria,” ela responde. “Eu quero apenas ficar ao seu lado.”

O coração dela bate acelerando ao se aproximarem para um beijo ao som das ondas que arrebentam ao longe, – e cercados pela brisa marinha.

Finalmente, tudo em sua vida está perfeito de novo.

*

Caitlin nunca esteve tão feliz, ao caminhar pela casa, indo de quarto em quarto com um pano úmido nas mãos. Caleb havia saído, tinha ido caçar, – animado com a ideia de trazer o jantar para os dois. Ela gosta da ideia, pois lhe daria tempo para ficar sozinha e explorar a casa, analisar tudo com o olhar de uma mulher, para decidir o que poderia fazer para transformar o castelo em um lar para os dois.

Ela anda pelos quartos abrindo janelas para permitir a entrada de ar fresco. Ela havia encontrado um balde e um pedaço de tecido velho e tinha ido até um riacho que atravessa o jardim nos fundos do castelo, voltando com o balde cheio de água. Ela também tinha tentado limpar o trapo na água do riacho o melhor que pôde. Ela encontra uma caixa de madeira e, usando-a como estepe ao abrir as enormes janelas, aproveita para limpar todos os vidros. Há algumas janelas altas demais para ela, então Caitlin ativa suas asas e voa até as janelas, pairando diante delas enquanto as limpa.

Ela fica surpresa pela grande diferença que uma pequena limpeza faz. O quarto havia se transformado de um lugar completamente escuro para um ambiente absolutamente iluminado. Deveria haver centenas de anos de sujeira e sal acumulados nos dois lados do vidro. Na verdade, abrir as janelas tinha sido uma grande façanha, e ela teve que fazer bastante força para conseguir abri-las.

Caitlin observa atentamente e fica impressionada pela perfeição do trabalho em cada vitral. Os vidros de todas as janelas são bem espessos, e exibem desenhos muito bonitos; algumas partes são coloridas com cores intensas, outras são transparentes e há ainda pedaços em cores mais claras. Ao limpar cada uma delas, Caitlin imagina sentir a gratidão da casa que, centímetro por centímetro, vai voltando à vida.

Caitlin finalmente termina e avalia o resultado. Ela fica surpresa, – o que antes tinha sido um quarto escuro e frio, agora é um ambiente incrivelmente convidativo, repleto de luz e com uma vista maravilhosa do mar.

Caitlin então se concentra no chão, ajoelhando-se para esfregar cada centímetro dele. Ela observa satisfeita enquanto remove a grossa camada de sujeira, revelando o chão de pedras que parece brilhar.

Depois disso, ela parte para a enorme lareira de mármore, removendo anos de poeira de sua superfície. E depois ela se dedica ao grande espelho exposto acima da lareira, polindo-o até que comece a brilhar. Ela ainda se sente um pouco decepcionada por não poder ver seu reflexo – mas sabe que não há nada que possa fazer quanto a isso.

Agora é a vez do lustre, e ela começa a limpar cada um de seus inúmeros candelabros de cristal. E então, ela olha para a cama com dossel, que ainda precisa ser limpa. Ela limpa a armação e a cabeceira com cuidado, lentamente trazendo de volta à vida a madeira envelhecida. Ela pega os cobertores velhos nos braços e os leva até o terraço; uma nuvem de poeira se levanta quando ela os chacoalha com força.

Caitlin returned to the room, her would-be bedroom, and surveyed it: it was now magnificent. It shone as brightly as any room in any castle. It was still medieval, but at least now it was fresh and inviting. Her heart soared at the idea of living here.

Ao olhar para baixo, ela percebe que a água do balde havia ficado completamente preta e, descendo a escada correndo, ela sai pela porta decidida a enchê-lo no riacho novamente.

Caitlin sorri ao pensar na reação que Caleb teria ao retornar para casa mais tarde. Ela imagina que ele vá ficar bastante surpreso. O próximo passo será limpar a sala de jantar. Ela quer criar um clima romântico para que fizessem a primeira refeição juntos como um casal em seu novo lar – a primeira de muitas, ela espera.

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