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Rastro de Morte

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Из серии: Um Mistério de Keri Locke #1
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"Foi o que pensei também", Ray admitiu. "Em retrospectiva, foi provavelmente por isso que baixei minha guarda. Parece que ele tinha um soco sobrando escondido na manga".

O homem deu de ombros.

"Parece que sim. Perdi dinheiro naquela luta". Ele pareceu perceber que a perda dele não havia sido tão grande quanto a de Ray e acrescentou, "quero dizer, não foi muito. Não em comparação a você. Mas não é tão ruim, o olho. Posso dizer que é falso, porque conheço a história. Mas acho que a maioria das pessoas não percebe".

Houve um longo silêncio enquanto ele recuperava o fôlego e Ray deixou o homem se contorcer, meio sem graça. Stu tentou novamente.

"Então, você é um policial agora? Por que o homem-areia está sentado na frente da minha mesa com esta bela senhorita, perdoe-me, esta bela oficial de paz?"

Keri não gostou do tom condescendente, mas deixou passar. Eles tinham prioridades maiores.

"Precisamos dar uma olhada nas filmagens mais recentes de sua câmera de segurança", Ray disse. "Especificamente, das 14h45 até as 16h".

"Sem problemas", Stu respondeu, como se recebesse esse tipo de pedido todo dia.

A câmera de segurança era operacional, necessária, na verdade, considerando a clientela do estabelecimento; ela transmitia em tempo real não apenas para um monitor, mas também para um disco rígido, onde tudo era gravado. A lente era uma grande angular e cobria a interseção inteira da Main e de Westminster. A qualidade do vídeo era excepcional.

Numa sala dos fundos, Keri e Ray assistiram às imagens gravadas no monitor de um computador. A seção da Main Street na frente do parque de cães era visível até cerca de metade do quarteirão. Eles tinham a esperança de que, seja lá o que tenha acontecido, ocorreu naquele trecho da estrada.

Nada de excepcional apareceu até cerca de 15h05. O sinal do colégio obviamente havia tocado, já que jovens começaram a fluir pela rua, em todas as direções.

Às 15h08, Ashley surgiu na tela. Ray não a reconheceu imediatamente, então, Keri apontou para ela — uma garota confiante numa saia e blusa justa.

Então, lá estava, a van preta. Ela encostou perto da garota. As janelas eram muito escuras, o que era ilegal. O rosto do motorista não era visível, já que ele usava um boné com a aba puxada para baixo. As duas viseiras do carro estavam abaixadas e o brilho do sol forte da tarde tornava impossível ter uma visão clara do interior do veículo.

Ashley parou de andar e olhou para dentro da van. O motorista parecia estar falando. Ela disse algo e se aproximou. Quando fez isso, a porta do passageiro se abriu. Ashley continuou a falar, parecendo se inclinar na direção da van. Ela estava conversando com o motorista. Então, de repente, estava dentro. Não ficou claro se ela entrou voluntariamente ou se foi puxada. Após alguns segundos, a van casualmente voltou para a rua. Sem cantar pneus. Sem acelerar. Nada fora do comum.

Eles assistiram às cenas novamente, na velocidade normal, e então, uma terceira vez, em câmera lenta.

No final, Ray deu de ombros e disse, "Eu não sei. Ainda não posso dizer. Ela entrou, é tudo que posso dizer com certeza. Se foi ou não contra sua vontade, não posso dizer.

Keri não podia discordar. O vídeo era irritantemente inconclusivo. Mas algo não estava certo. Ela só não sabia dizer o quê. Ela voltou as filmagens e deixou que passassem novamente até o ponto em que a van estava o mais perto possível da câmera de segurança. Então, apertou pause. Foi o único momento em que a van ficou completamente na sombra. Ainda era impossível ver o interior do veículo. Mas algo estava visível.

"Você está vendo o que estou vendo?" ela perguntou.

Ray assentiu.

"A placa está coberta", ele notou. "Eu colocaria isso na categoria 'suspeita'".

"Eu também".

O celular de Keri tocou. Era Mia Penn. Ela foi direto ao assunto, sem nem dizer olá.

"Acabo de receber uma ligação da amiga de Ashley, Thelma. Ela disse que acha que acaba de receber uma ligação acidental do celular de Ashley, como se o telefone estivesse no bolso de alguém. Ela ouviu um monte de gritos, como se uma pessoa estivesse gritando com outra. Havia música alta tocando, então, ela não podia dizer exatamente quem estava gritando, mas ela acha que era Denton Rivers".

"O namorado de Ashley?"

"Sim. Eu liguei para o celular de Denton para ver se ele tinha notícias de Ashley, sem contar que havia falado com Thelma. Ele disse que não tinha visto ou falado com Ashley desde a escola, mas parecia inquieto. E a música ‘Summer Sixteen’, de Drake, estava tocando ao fundo quando eu liguei. Liguei para Thelma novamente para ver se essa era a música que ela ouviu quando recebeu a ligação. Ela disse que era. Então, liguei imediatamente para você, detetive. Denton Rivers está com o celular da minha filhinha e eu acho que ele também está com ela."

"Certo, Mia. Isso vai ajudar muito. Você fez um ótimo trabalho. Mas preciso que permaneça calma. Quando eu desligar, me envie uma mensagem com o endereço de Denton. E lembre-se, isso pode ser totalmente inocente".

Ela desligou e olhou para Ray. O olho bom dele sugeria que ele estava pensando o mesmo que ela. Em segundos, seu celular vibrou. Ela encaminhou o endereço para Ray enquanto ele descia apressadamente as escadas.

"Precisamos correr", ela disse, enquanto entravam em seus carros. "Isso não é inocente de jeito nenhum".

CAPÍTULO QUATRO

Segunda-feira

Início da noite

Keri tentou manter a calma quando, dez minutos depois, chegou na casa de Denton Rivers. Ela diminuiu a velocidade do carro, examinando-a, e então estacionou um quarteirão depois, Ray logo atrás dela. Ela sentiu aquele latejar em seu estômago, que lhe dizia quando algo ruim estava para acontecer.

E se Ashley está nessa casa? E se ele fez algo com ela?

A rua de Denton tinha uma série de casas térreas muito parecidas, bem próximas umas das outras. Não havia árvores na rua e a grama na maioria dos minúsculos gramados na frente das casas há muito tempo tinha se tornado marrom. Denton e Ashley claramente não tinham o mesmo padrão de vida. Esta parte da cidade, ao sul da Venice Boulevard e alguns quilômetros para dentro, não tinha nenhuma casa que valesse milhões de dólares.

Keri e Ray caminharam rapidamente juntos pelo quarteirão, e ela conferiu seu relógio: passava pouco das seis horas. O sol estava começando sua longa e lenta descida sobre o oceano para o oeste, mas não ficaria realmente escuro por mais duas horas.

Quando chegaram na casa, ouviram música alta vindo de dentro. Keri não a reconheceu.

Ela e Ray se aproximaram em silêncio, agora ouvindo gritos — raivosos e sérios, uma voz masculina. Ray pegou sua arma e sinalizou para ela contornar e ir pelos fundos, e então indicou com a mão o número "1", sinalizando que eles entrariam na casa em exatamente um minuto. Ela olhou para seu relógio para confirmar o tempo, assentiu, pegou sua arma e correu ao redor da casa na direção dos fundos, abaixando-se quando passava por janelas abertas.

Como detetive sênior, Ray geralmente era o mais cauteloso dos dois quando se tratava de entrar numa propriedade privada. Mas ele claramente pensou que estas eram circunstâncias exigentes que não requeriam um mandato. Havia uma garota desaparecida, um suspeito potencial dentro e uma gritaria raivosa. Era justificável.

Keri checou o portão lateral. Destrancado. Ela abriu-o o mínimo possível, para evitar o ranger das dobradiças.

Era improvável que qualquer pessoa dentro da casa pudese ouvi-la, mas não queria arriscar.

Quando chegou no quintal, abraçou a parede de trás da casa, mantendo-se alerta. Uma barraca suja e caindo aos pedaços perto da cerca nos fundos da propriedade a deixou desconfortável. A porta ondulada enferrujada parecia que ia cair a qualquer momento.

Ela caminhou agachada pelo quintal e ficou parada ali por um momento, tentando ouvir a voz de Ashley. Mas não ouviu nada.

Nos fundos da casa, havia uma porta de madeira com tela, destrancada, que levava a uma cozinha no estilo dos anos 70, com uma geladeira amarela. Keri podia ver alguém no final do corredor, na sala, gritando ao som da música e sacudindo seu corpo, como se ele estivesse batendo a cabeça em uma roda de punk rock invisível.

Ainda não havia nenhum sinal de Ashley.

Keri olhou novamente para seu relógio — eles entrariam a qualquer momento.

Bem na hora combinada, ela ouviu uma batida forte na porta da frente. Abriu a porta de tela dos fundos ao mesmo tempo em que ouviu o som, abafando o clique surdo do ferrolho. Ela esperou — um segundo barulho alto a permitiu fechar a porta de trás ao mesmo tempo. Ela se movia suavemente pela cozinha e pelo corredor, olhando para cada porta aberta à medida que passava.

Na porta da frente, que estava aberta, exceto pela tela, Ray bateu com força, e então, com mais força ainda. De repente, Denton Rivers parou de dançar e foi até a porta. Keri, escondendo-se no limite da sala de estar, podia ver seu rosto no espelho ao lado da porta.

Ele parecia visivelmente confuso. Era um garoto bonito — cabelo castanho curto, olhos azuis escuros, um corpo esbelto, uma estrutura forte que sugeria que ele era provavelmente um lutador, ao invés de jogador de futebol americano. Sob cirscunstâncias normais, ele era provavelmente um gato, mas agora essa bela aparência estava mascarada por uma expressão horrível, olhos vermelhos e um corte em sua têmpora.

Quando ele abriu a porta, Ray mostrou o distintivo.

"Ray Sands, Unidade de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Polícia de Los Angeles", ele disse, com uma voz baixa, mas firme. "Gostaria de entrar e perguntar algumas coisas sobre Ashley Penn".

 

O pânico passou pelo rosto do garoto. Keri já havia visto aquela expressão — ele ia correr.

"Você não está em apuros", Ray falou, sentindo a mesma coisa. "Eu só quero conversar".

Keri notou algo preto na mão direita do rapaz, mas como seu corpo bloqueava parcialmente a visão, ela não podia dizer o que era. A policial levantou sua arma, mirando nas costas de Denton. Lentamente, ela destravou a pistola.

Ray a viu fazer isso com o canto do olho e olhou para a mão de Denton. Ele tinha uma visão melhor do item que o garoto estava segurando e não havia ainda levantado sua própria arma.

"Isto é o controle remoto do aparelho de som, Denton?"

"Hã-han".

"Você poderia por favor colocá-lo no chão à sua frente?"

O garoto hesitou e então disse, "Certo". Ele abaixou o aparelho. Era realmente um controle remoto.

Ray guardou sua arma no coldre e Keri fez o mesmo. Quando Ray abriu a porta, Denton Rivers se virou e ficou surpreso ao ver Keri de pé na sua frente.

"Quem é você?" ele perguntou.

"Detetive Keri Locke. Trabalho com ele", ela disse, apontando para Ray com a cabeça. "Bela casa, Denton".

Dentro, a casa estava um lixo. Lâmpadas haviam sido arremessadas contra a parede. Os móveis estavam fora do lugar. Uma garrafa de uísque estava numa mesa lateral, meio vazia, perto da fonte da música — um alto-falante com bluetooth. Keri desligou o som. Com a sala subitamente em silêncio, ela olhou para o lugar mais meticulosamente.

Havia sangue no carpete. Keri registrou o fato mentalmente, mas não disse nada.

Denton tinha arranhões profundos em seu antebraço direito, que poderiam ter sido feitos por unhas. O corte em sua têmpora não estava mais sangrando, mas havia sangrado recentemente. Os pedaços de uma foto despedaçada dele com Ashley estavam espalhados pelo chão.

"Onde estão seus pais?"

"Minha mãe está no trabalho".

"E o seu pai?"

"Está ocupado no cemitério".

Sem se impressionar, Keri disse, "Bem-vindo ao clube. Estamos procurando por Ashley Penn".

"Que se dane".

"Você sabe onde ela está?"

"Não, e estou cagando e andando para isso. Eu e ela terminamos".

"Ela está aqui?"

"Você está vendo ela aqui?"

"O celular dela está aqui?" Keri pressionou.

"Não".

"É o celular dela no seu bolso de trás?"

O garoto hesitou e então falou, "Não. Acho que vocês deveriam ir embora agora".

Ray chegou desconfortavelmente perto do garoto, segurou a mão dele e falou, "Deixe-me ver este celular".

O garoto engoliu em seco e então tirou o aparelho do bolso. A capa era rosa e parecia cara.

Ray perguntou, "Isto é de Ashley?"

O garoto permaneceu calado, desafiador.

"Posso ligar para o número dela e ver se toca", ele disse. "Ou você pode me responder direto".

"Sim, é dela. E daí?"

"Sente nesse sofá e não se mova", Ray disse. Então, disse para Keri, "Faça sua busca".

Keri começou a vasculhar a casa. Havia três pequenos quartos, um banheiro minúsculo e um armário de roupa de cama, tudo parecia inócuo. Não havia sinais de luta ou de cativeiro. No corredor, ela encontrou a cordinha para o sótão e puxou. Caiu um uma escada de madeira, rangendo, que levava ao andar de cima. Ela subiu os degraus cuidadosamente. Quando chegou em cima, pegou sua lanterna e examinou o lugar. Era tão pequeno que só era possível se mover por ele agachado. O teto tinha pouco mais de um metro de altura e vigas dificultavam a movimentação, mesmo se abaixando.

Não havia muito lá em cima. Apenas uma década de teias de aranha, um monte de caixas cobertas por poeira e um baú de madeira maciça no extremo oposto.

Por que alguém colocou o item mais pesado e assustador no lado mais distante do sótão? Deve ter sido difícil empurrá-lo até aquele canto.

Keri suspirou. É claro que alguém o colocara ali apenas para dificultar as coisas para ela.

"Tudo certo aí em cima?" Ray gritou, da sala de estar.

"Sim. Estou apenas checando o sótão".

Ela subiu o último degrau e se agachou, tomando cuidado para pisar nas estreitas vigas de madeira. Ela tinha medo de dar um passo em falso e desabar pelo forro de gesso. Suada e coberta por teias de aranha e poeira, ela finalmente chegou ao baú. Quando o abriu e examinou seu interior com a luz da lanterna, sentiu alívio ao descobrir que não havia corpo nenhum. Estava vazio.

Keri fechou o baú e caminhou de volta para a escada.

De volta na sala de estar, Denton não havia saído do sofá. Ray estava sentado diretamente na frente dele, sentado numa cadeira de cozinha. Quando ela entrou, ele levantou os olhos e perguntou: "Alguma coisa?"

Keri balançou a cabeça. "Já sabemos onde Ashley está, detetive Sands?"

"Ainda não, mas estamos trabalhando nisso. Certo, Sr. Rivers?"

Denton fingiu não ouvir a pergunta.

"Posso ver o celular de Ashley?" Keri perguntou.

Ray deu o aparelho a ela sem entusiasmo. "Está travado. Teremos que pedir ao departamento de informática para fazer a mágica deles".

Keri olhou para Rivers e disse, "Qual a senha dela, Denton?"

O garoto assumiu um ar de zombaria. "Não sei".

A expressão severa de Keri o fez saber que ela não engolia aquilo. "Vou repetir a pergunta mais uma vez, muito educadamente. Qual a senha dela?"

O garoto hesitou, decidindo, e então disse, "Honey".

Para Ray, Keri disse, "Há uma barraca lá fora. Vou dar uma olhada".

Os olhos de Rivers olharam rapidamente nessa direção, mas ele não disse nada.

Lá fora, Keri usou usou uma pá enferrujada para arrombar o cadeado na porta da barraca. Um raio de luz do sol passava através de um buraco no teto. Ashley não estava lá; havia apenas latas de tinta, ferramentas velhas e outras tranqueiras aleatórias. Ela já estava quase saindo quando notou uma pilha de placas de carro da Califórnia numa prateleiraa de madeira. Ao examinar mais atentamente, havia seis pares, todas com adesivos do ano corrente.

O que isto está fazendo aqui? Precisamos ensacar as placas.

Ela se virou para sair, mas uma súbita brisa fechou a porta enferrujadada com força, bloqueando a maior parte da luz que entrava na barraca. Jogada na semi-escuridão, Keri se sentiu claustrofóbica.

Ela inspirou fundo, e então, novamente, tentou regular a respiração quando a porta se abriu rangendo, deixando um pouco de luz entrar.

Deve ter sido assim para Evie. Sozinha, jogada na escuridão, confusa. Foi isso que minha menininha teve que enfrentar? Esse foi o pesadelo que ela viveu acordada?

Keri engasgou de emoção. Ela imaginou Evie trancada num lugar como este uma centena de vezes. Na semana seguinte, faria cinco anos desde que ela desapareceu. Esse seria um dia difícil de enfrentar.

Muito aconteceu desde então — a luta para manter seu casamento à medida que suas esperanças esmaeciam, o divórcio inevitável de Stephen, o início de um ano "sabático" como professora de criminologia e psicologia na Universidade Loyola Marymount, oficialmente para fazer uma pesquisa independente, mas realmente porque a bebedeira e o sexo casual com os estudantes haviam forçado a administração a agir. Para todo lugar que ela se virava, via os pedaços quebrados de sua vida. Ela havia sido forçada a enfrentar seu fracasso final: a inabilidade de encontrar a filha que havia sido roubada dela.

Keri enxugou as lágrimas do rosto com força, e se repreendeu em silêncio.

Certo, você falhou com sua filha. Não falhe com Ashley também. Recomponha-se, Keri!

Lá mesmo, na barraca, ela ligou o celular de Ashley e digitou "Honey". A senha funcionou. Pelo menos Denton tinha sido honesto sobre algo.

Ela tocou em Álbum. Havia centenas de fotos, a maioria delas bem normais — selfies adoráveis de Ashley com amigas na escola, ela e Denton Rivers juntos, algumas fotos de Mia. Mas, espalhadas aqui e ali, ela ficou surpresa ao ver que havia também fotos mais ousadas.

Várias foram tiradas num bar vazio ou algum tipo de clube, claramente antes de abrir ou depois do bar fechar, com Ashley e suas amigas visivelmente bêbadas e numa festa hardcore, bebendo cervejas, levantando suas saias e exibindo calcinhas fio-dental. Em algumas, elas estavam fumando maconha ou enrolando baseados. Garrafas de bebida alcóolica estavam por todo lado.

Quem Ashley conhecia que tinha acesso a um lugar como este? Quando isso aconteceu? Quando Stafford estava em Washington? Como a mãe dela não sabia de nada disso?

Mas foram as fotos com a arma que realmente prenderam a atenção de Keri. Ela apareceu de repente ao fundo, uma SIG 9mm, colocada discretamente sobre uma mesa perto de um pacote de cigarros, ou num sofá perto de um saco de batatas fritas. Em uma foto, Ashley estava ao ar livre, num lugar parecido com um bosque, perto de um rio, atirando em latas de refrigerante.

Por quê? Era apenas por diversão? Ela estava aprendendo a se proteger? Se sim, então, do quê?

Interessante que as fotos com Denton Rivers diminuíram consideravelmente ao longo dos últimos três meses, enquanto aumentava o número de fotos de um cara extremamente bonito, com uma longa cabeleira loira, selvagem e volumosa. Em várias das fotos, ele estava sem camisa, exibindo seu abdominal malhado. Parecia muito orgulhoso de si. Uma coisa era certa —definitivamente, não era um garoto do ensino médio. Ele parecia ter mais de vinte anos.

Era ele que tinha acesso ao bar?

Ashley também havia tirado várias fotos eróticas de si mesma. Em algumas, exibia sua calcinha. Em outras, estava nua, exceto por um fio-dental, frequentemente, tocando a si mesma de maneira sugestiva. As fotos nunca mostravam seu rosto, mas eram definitivamente Ashley. Keri reconheceu o quarto. Em uma foto, ela podia ver a estante de livros, com o velho livro de matemática escondendo sua habilitação falsa. Em outra, podia ver o bicho de pelúcia de Ashley ao fundo, descansando no travesseiro com sua cabeça virada, como se não suportasse assistir. Keri sentiu vontade de vomitar, mas se segurou.

Ela voltou ao menu principal do celular e tocou nas Mensagens para ver os textos da garota. As fotos eróticas do Álbum haviam sido, uma a uma, enviadas de Ashley para alguém chamado Walker, aparentemente, o cara do abdômen sarado. As mensagens que acompanhavam as fotos deixavam pouco para a imaginação. Apesar da conexão especial de Mia Penn com sua filha, parecia que Stafford Penn entendia Ashley muito melhor que a mãe.

Havia também uma mensagem para Walker enviada há quatro dias, que dizia, Dei o fora em Denton oficialmente hoje. Esperando um pouco de drama. Te aviso qualquer coisa.

Keri desligou o celular e se sentou ali, no escuro da barraca, pensando. Ela fechou os olhos e deixou a mente divagar para longe. Uma cena começou a se formar na sua cabeça, tão real que parecia estar acontecendo naquele momento.

Era uma bela manhã ensolarada de setembro, com o céu azul sem fim da Califórnia. Elas estavam no parquinho, ela e Evie. Stephen voltaria naquela tarde de uma escalada em Joshua Tree. Evie usava uma camiseta violeta, shorts brancos, meias brancas com lacinho e tênis.

O sorriso dela era largo. Seus olhos eram verdes. Seu cabelo era loiro e ondulado, puxados em dois rabos de cavalo, um em cada lado. Seu dente superior da frente estava lascado; era um dente permanente, não de leite, e precisaria ser consertado em algum momento. Mas toda vez que Keri falava sobre isso, Evie entrava num estado de pânico total, então, não havia acontecido ainda.

Keri estava sentada na grama, descalça, com papeis espalhados ao seu redor. Estava se preparando para sua palestra na Conferência de Criminologia da Califórnia. Ela tinha até acertado com um palestrante convidado, um detetive da LAPD chamado Raymond Sands, que havia consultado em alguns casos.

"Mamãe, vamos tomar um frozen yogurt!"

Keri conferiu seu relógio.

Ela havia quase terminado e havia uma Menchie’s no caminho de casa. "Dê-me cinco minutos".

"Isso significa um sim?"

Ela sorriu.

"Significa um grande, grande, sim".

"Posso colocar confeitos ou apenas frutas de cobertura?"

"Deixe-me ver... o que as fadas iam preferir?"

"O quê?"

"Confeitos de fada! Entendeu?"

 

"É claro que entendo, mamãe, eu não sou bebê!"

"É claro que não é. Minhas desculpas. Só me dê cinco minutos".

Ela voltou sua atenção para o discurso. Após um minuto, alguém passou caminhando por ela, cobrindo a página com sua sombra. Aborrecida pela distração, ela tentou se concentrar novamente.

De repente, o silêncio foi quebrado por um grito horripilante. Keri levantou os olhos, atônita. Um homem num moletom esportivo e boné de beisebol estava fugindo rápido. Ela pôde apenas ver suas costas, mas percebeu que ele segurava algo em seus braços.

Keri ficou de pé, procurando desesperadamente por Evie. Ela não estava em lugar nenhum. Keri começou a correr atrás dele, mesmo antes de ter certeza. Um segundo depois, a cabeça de Evie surgiu da frente do homem. Ela parecia aterrorizada.

"Mamãe!" ela gritou. "Mamãe!"

Keri correu atrás dela, desatando numa corrida. O homem tinha uma grande vantagem. Quando Keri chegou à metade do gramado, ele já estava no estacionamento.

"Evie! Solte-a! Pare! Alguém pare aquele homem! Ele está com minha filha!"

As pessoas olhavam ao redor, mas pareciam confusas. Ninguém ajudou. E ela não viu ninguém no estacionamento para detê-lo. Ela olhou para onde ele estava indo. Havia uma van branca no ponto mais afastado do estacionamento, estacionada paralelamente ao meio-fio, para facilitar a saída. Ele estava a menos de 15 metros do veículo quando ela ouviu a voz de Evie novamente.

"Por favor, mamãe, me ajude!" ela implorou.

"Estou indo, bebê!"

Keri correu ainda mais, sua visão embaçada pelas lágrimas queimando seus olhos, esforçando-se além da fadiga e do medo.

Ela chegou ao outro lado do estacionamento. O asfalto estava quebradiço e feria seus pés descalços enquanto ela corria, mas ela não se importava.

"Aquele homem está com minha filha!" ela gritou novamente, apontando na direção deles.

Um adolescente de camiseta e sua namorada saíram de seu carro, apenas a algumas vagas da van. O homem passou correndo por eles. Eles pareceram aturdidos até que Keri gritou novamente.

"Pare-o!"

O adolescente começou a caminhar na direção do homem, e então desatou a correr. Nesse momento, o raptor havia alcançado a van. Ele deslizou a porta, abrindo-a, e jogou Evie para dentro, como um saco de batatas. Keri ouviu o baque surdo quando corpo dela bateu contra a parede.

Ele fechou a porta com força e começou a contornar o veículo para o lado do motorista, quando o adolescente o alcançou e agarrou seu ombro. O homem virou e Keri conseguiu vê-lo melhor. Ele estava usando óculos de sol e um boné bem enterrado na cabeça, e era difícil de ver pelas lágrimas. Mas ela pôde distinguir um pouco de cabelo loiro e o que parecia parte de uma tatuagem no lado direito do seu pescoço.

Mas antes que ela pudesse discernir qualquer coisa, o homem levou o braço às costas e deu um soco no rosto do adolescente, que caiu amassando a lataria de um carro próximo. Keri ouviu o som nauseante de algo se quebrando. Então, o homem puxou uma faca de um estojo preso no cinto e mergulhou-a no peito do adolescente. Ele a retirou e esperou um segundo para ver o garoto cair no chão antes de entrar apressadamente no banco do motorista.

Keri forçou-se a afastar as cenas que havia acabado de presenciar para longe de sua mente e focou apenas em alcançar aquela van. Ela ouviu o motor dar partida, e viu a van começar a se mover. Estava a menos de seis metros de distância.

Mas o veículo estava ganhando velocidade agora. Keri continuou correndo, mas podia sentir seu corpo começar a desistir. Ela olhou para a placa, pronta a memorizá-la. Não havia nenhuma.

Procurou as chaves do seu carro, e então percebeu que estavam em sua bolsa, lá no parquinho. Ela correu de volta para onde estava o adolescente, esperando pegar as dele e alcançar aquele carro. Mas, quando chegou, viu sua namorada ajoelhada sobre ele, soluçando incontrolavelmente.

Ela levantou os olhos novamente. A van estava muito distante agora, deixando um rastro de poeira. Ela não tinha placa, nenhuma descrição possível, nada para oferecer à polícia. Sua filha havia ido embora e ela não sabia como tê-la de volta.

Keri caiu no chão ao lado da adolescente e começou a chorar também, os gemidos desesperados das duas impossíveis de diferenciar.

Quando ela abriu os olhos, estava de volta à casa de Denton. Ela não se lembrava de sair da barraca ou de caminhar pela grama morta. Mas tinha, de alguma forma, chegado na cozinha de River. Era a segunda vez que isso acontecia naquele dia.

Estava ficando pior.

Keri voltou para a sala de estar, olhou nos olhos de Denton e disse: "Onde está Ashley?"

"Eu não sei".

"Por que você estava com o celular dela?"

"Ela deixou aqui ontem".

"Besteira! Ela terminou com você há quatro dias. Não estava aqui ontem".

A expressão de Denton mudou visivelmente ao receber aquele golpe verbal.

"Certo, eu peguei dela".

"Quando?"

"Esta tarde, na escola".

"Você simplesmente pegou da mão dela?"

"Não, esbarrei com ela após o último toque e peguei da bolsa dela".

"Quem tem uma van preta?"

"Eu não sei".

"Um amigo de vocês?"

"Não".

"Alguém que você contratou".

"Não".

"Como você ficou com esses arranhões no braço?"

"Eu não sei".

"E esse corte na testa?"

"Eu não sei".

"De quem é o sangue no carpete?"

"Eu não sei".

Keri mudou o peso do corpo de um pé a outro e tentou controlar a fúria que tomava conta de seu sangue. Podia sentir que estava perdendo a batalha.

Ela olhou por ele e disse, sem emoção, "Vou perguntar mais uma vez: onde está Ashley Penn?"

"Dane-se".

"Essa é a resposta errada. Você pode pensar nisso no caminho para a delegacia".

Ela se virou, hesitou um pouco, e então, subitamente girou o corpo e deu um soco nele, com um punho fechado, no mesmo ponto de seu machucado anterior. Ele se abriu e o sangue espirrou para todo lado, algum respingo foi parar na blusa de Keri.

Ray olhou para ela sem acreditar, congelado. Então, ele levantou Denton Rivers com um forte puxão e disse, "Você ouviu a madame! Mova-se! E não tropece e bata a cabeça em mais nenhuma mesa".

Keri sorriu ironicamente para ele, mas Ray não sorriu de volta. Ele parecia horrorizado.

Uma coisa assim poderia custar a ela seu emprego.

Mas Keri não ligava. Tudo que ela queria naquele momento era fazer aquele punk falar.

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