A Terra Dos Antigos Deuses Vyrajianos. Livro 1. A Menina E O Caçador

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A Terra Dos Antigos Deuses Vyrajianos. Livro 1. A Menina E O Caçador
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A Terra dos Antigos Deuses Vyrajianos, Livro 1. A menina e o caçador

Elena Kryuchkova, Olga Kryuchkova

Traduzido por Cesar Ferracin

“A Terra dos Antigos Deuses Vyrajianos. Livro 1. A menina e o caçador”

Escrito por Elena Kryuchkova, Olga Kryuchkova

Copyright © 2021 Elena Kryuchkova, Olga Kryuchkova

Editora Tektime

www.tektime.it

Traduzido por Cesar Ferracin

Todos os direitos reservados

Design da capa © 2021 Elena Kryuchkova


Olga Kryuchkova

Elena Kryuchkova

A Terra dos Antigos Deuses Vyrajianos

Livro 1. A menina e o caçador

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Livro 1. A menina e o caçador

Esta é uma história de ficção e fantasia. E qualquer semelhança com pessoas ou eventos reais são coincidências.

Esta história é completamente fictícia.

Oração do antigo eslavo

Eu acredito no Todo-Poderoso Deus Rod - o Único e Grande Deus entre as várias formas divinas, a origem de todas as coisas vivas e não vivas, que é a origem do Eterno para todos os Deuses.

Eu sei que o mundo é o Deus Rod, e que todos os deuses de mesmo nome estão conectados a ele.

Eu acredito na trindade da existência do Prav, do Yav e do Nav, e que Prav é a verdade, e contada aos nossos pais por nossos antepassados.

Eu sei que Prav está conosco e que Nav não tem medo, porque Nav não tem poder contra nós.

Eu acredito na unidade com os nossos deuses nativos, para os netos de Dazhbog, nós somos os favoritos dos deuses. E os deuses mantêm sua mão direita em nossos arados.

Sei que a vida no Grande Rod é eterna, e devo pensar no Eterno, percorrendo os caminhos de Prav.

Eu acredito na força e na sabedoria dos ancestrais que nasceram entre nós, conduzindo-nos ao bem por meio de nossos guias.

Eu sei que o poder está na unidade das famílias de Prav [1] glorificando, e que nos tornaremos gloriosos, glorificando os deuses nativos! Glória à Rod e a todos os deuses existentes nele!

Prólogo

Nuvens estavam se formando sobre a cidade sagrada de Radogosh, localizada no Monte Alatyr [2] , situado em um matagal de uma floresta. O clima entre seus habitantes estava esquentando. A tensão estava no ar já há muito tempo, mas ultimamente ela só se intensificou. Os habitantes da cidade sagrada, os vyrajianos, aqueles que os eslavos reverenciavam como seus 'deuses', estavam passando por tempos difíceis pois o culto ao deus Logos estava ganhando força nas terras ocidentais que ficavam além do rio Alba.

O culto à Logos era considerado novo pois apareceu apenas cerca de sete séculos atrás. Apesar disso, o culto recém-surgido pressionou os antigos deuses germânicos e escandinavos. Eles caíram no esquecimento e o novo culto à Logos pode alcançar assim seu apogeu. Até Rod, o criador de toda a vida e existência nas terras dos eslavos (vyrajianos de nascença), que, foi o primeiro a descer à Terra em um Ovo de Ouro há mais de cinco milênios, adorado pelos eslavos ocidentais que o considerava seu ancestral, e seu neto Dazhbog, foram esquecidos, dando lugar a deuses mais jovens.

Os seguidores de Logos se uniram em ordens sagradas - a Cruz de Ouro na terra dos francos e, em seguida, na Saxônia, Baviera e Turíngia. E no Noroeste - na Dinamarca, as terras dos noruegueses e suecos - a ordem dos Mantos Brancos, que era a irmã mais nova da Ordem dos francos da Cruz de Ouro.

Inicialmente, a influência de Logos não incomodou os Vyrajianos. Eles não deram importância ao jovem culto do fraco deus. Os vyrajianos não podiam imaginar que, de acordo com seus padrões, muito pouco tempo passaria e o jovem deus ganharia força e poder sem precedentes. Em seu nome, campanhas seriam feitas contra os pagãos, que professavam o politeísmo, a fim de convertê-los à sua fé.

A jovem e agressiva religião, como uma praga, espalhou-se das terras dos eslavos da margem esquerda ocidental para o território de militantes alemães, francos, dinamarqueses e escandinavos, devorando as mentes dos povos europeus.

Agora o culto ao deus Logos estava se tornando mais perigoso do que nunca. A Ordem da Cruz Dourada ergueu fortalezas poderosas como Hammaburg, Linsburg e Magdeburg na margem esquerda do rio Alba. Os cruzados juntaram suas forças em um punho poderoso, preparando-se para uma campanha decisiva contra os pagãos, não querendo mais fazer simples ataques aos territórios eslavos. O Mestre da Ordem da Cruz Dourada, Heinrich von Bassenheim, famoso por suas sofisticada crueldade e intransigência aos pagãos, recebeu o apoio do próprio Gregório IX, Sumo Bispo de Avignon, a encarnação viva de Logos na Terra.

Friedrich von Hogerfest, o Grão-Comendador da Ordem da Cruz Dourada, cuja residência estava localizada em Hammaburg, e Eric von Linsburg, o Comendador de Linsburg, apoiaram fortemente seu patrono em seus empreendimentos. E eles sonhavam em ter as terras eslavas em sua total submissão. O Grão-Mestre Dietrich Voltingen, líder da ordem dinamarquesa dos Mantos Brancos, também não ficou de lado. Ele há muito tempo se atentava à sagrada ilha eslava de Rügen e sonhava em construir ali uma base para a sua frota.

Esta situação era extremamente preocupante para os vyrajianos. Eles estavam deprimidos em sua cidade sagrada de Radogosh, oprimidos por pesados pensamentos sobre o futuro. Eles se perguntavam cada vez mais: o que acontecerá se as tribos eslavas orientais que vivem além do rio Alba, mais cedo ou mais tarde, depositarem a sua fé no deus Logos e pararem de rezar aos seus deuses, vyrajianos? De fato, sem a veneração das pessoas, sem a energia liberada durante a oração, os vyrajianos perderiam força. Sua força vital enfraqueceria, os vyrajianos se transformariam gradualmente em pessoas mortais comuns e no final, seus dias neste mundo estariam contados.

Infelizmente, o tempo passou. Quantos deuses caíram no esquecimento? Seus nomes estão esquecidos. Muitos vyrajianos deixaram este mundo, que não se tornou seu lar por completo.

Então, depois de Rod e Dazhbog, muitos deuses foram para o Outro Mundo, suas energias vitais acabaram, os mortais não ofereceram mais preces a eles. Com o tempo, os eslavos se esqueceram dos deuses antigos, seu lugar foi gradualmente sendo ocupado por novos deuses dentre os descendentes dos primeiros vyrajians. No entanto, séculos depois, seu destino se tornou nada invejável.

Capítulo 1

Da vida dos vyrajianos. A cidade sagrada de Radogosh.

O vyrajiano Veles estava triste por um motivo completamente diferente dos outros vyrajianos.

Naquele momento, o poeta e contador de histórias não se importava em nada com a disseminação do culto ao deus Logos. Infelizmente, ele nem mesmo pensou no destino dos vyrajianos e da sagrada Radogosh. Os vyrajianos que foram ao encontro de seus antepassados e que habitaram Radogosh. Ele provavemente os via como pessoas próximas e não como família. E amigos próximos podem mudar...

A razão para a tristeza de Veles foi exclusivamente criativa. Veles queria escrever poesia. Ele obsessivamente queria recitar suas criações de forma apaixonante para o público. Mas apenas os habitantes de Radogosh, os vyrajianos, poderiam escutá-lo E com a origem da Ordem da Cruz Dourada em terras eslavas, seus números diminuíram de forma drástica recentemente. E seus irmãos e irmãs estavam muito preocupados, segundo Veles, com o culto ao deus Logos. E com isso eles nem prestavam atenção nele. Veles sofreu... Ele sofreu em silêncio. E, como qualquer pessoa de natureza criativa e egoísta, ele se sentiu infeliz e seu coração estava ferido.

Um triste Veles vagava pelas ruas desertas e entrelaçadas de Radogosh, tristemente segurando um pergaminho coberto com inscrições rúnicas. O vento soprou folhas caídas em sua direção - amarelas, vermelhas, marrons... O outono tinha chegado.

Veles encolheu-se de frio, sua leve túnica claramente não esquentava com as rajadas do vento do norte. No entanto, ele não queria voltar para a casa da família Triglav. Muito cansativo era o choro das irmãs. Os debates dos irmãos eram insuportáveis... E o despotismo de Triglav, que se considerava o sucessor de Rod, era simplesmente de odiar. Portanto, Veles preferia o frio ao calor da casa de sua família, na qual uma lareira ardia em chamas. E as imãs Rozhanitsy, sob a liderança de Mokosh, provavelmente faziam chá quente de ervas.

Na memória de Veles, Radogosh já foi uma cidade populosa. Apenas seiscentos anos atrás, quando as possessões eslavas se estendiam ao longo da margem esquerda do rio Alba, muitas famílias de vyrajianos viviam em Radogosh. E eles eram reverenciados por várias tribos eslavas como deuses.

Mas uma nova fé em um único deus Logos, que prometia a imortalidade por meio do renascimento da alma na próxima vida, se originou nas terras dos eslavos da margem esquerda cerca de 575 anos atrás. Pouco antes disso, o líder de um dos clãs dos vyrajians, Dyi, a quem os eslavos reverenciavam como o deus do céu noturno, expulsou Uslad [3] de Radogosh.

 

Uslad era inteligente e bonito, ele conhecia muito bem a antiga magia dos vyrajianos, graças à qual ele abastecia a cidade com água potável. No entanto, o desejo por prazeres carnais prevaleceu sobre a mente de Uslad. Nestes tempos, os clãs tinham o direito de resolver seus problemas internos de maneira independente. O irmão mais velho de Uslad o apoiou por muito tempo. A gota d'água foi a sedução de sua irmã mais nova, Zimzerla, a deusa do amanhecer. E por decisão do clã, Uslad foi expulso de Radogosh.

A partir daquele momento, os ensinamentos de Logos rapidamente se espalharam entre os eslavos da margem esquerda do rio e então penetraram no território das tribos germânicas, francas, dinamarquesas e escandinavas. Logo mais, na cidade franca de Avignon, a Ordem da Cruz Dourada foi formada, e pregava a fé no deus Logos.

Além disso, os eslavos ocidentais, os primeiros a adorar o culto ao deus Logos, começaram a assimilar-se ativamente com as tribos germânicas. E assim atraiam os vizinhos em sua nova fé.

O clã de Avsen que era considerado um dos mais antigos em Radogosh, criava com perfeição uma raça especial de cavalos. Tribos eslavas que viviam na margem esquerda do rio Alba associavam seu nome à mudança das estações. Eles acreditavam que Avsen protegia o início do ciclo solar da primavera e da colheita. Os eslavos têm rezado para ele até hoje. Portanto, Avsen se tornou o único do clã mais antigo que sobreviveu. O resto de seus membros ficou no esquecimento. O palácio de Avsen ficava perto dos estábulos. E o velho vyrajiano de cabelos grisalhos, mas ainda fisicamente forte, diariamente, para abafar a dor da perda, cuidava de seus cavalos vermelhos brilhantes como o fogo, com longas crinas brancas como a neve.

O clã de Agunya, a quem os eslavos reverenciavam como o deus do fogo terrestre, também sofreu perdas irreparáveis. Badnyak, Bozhich, o Alemão e Dabog [4] faleceram. Suas esposas e filhos, infelizmente, não puderam sustentar a antiga grandeza de seus pais, e foram então atrás deles até os antepassados. E o pequeno clã de Agunya juntou-se ao clã de Perun.

O clã de Zybog desapareceu completamente. Seu lugar no panteão dos eslavos foi ocupado pela Mãe Terra Úmida. Os clãs de Ipabog e Nemiz sofreram o mesmo triste destino [5]. A fé nos antigos deuses estava morrendo, seu lugar estava sendo ocupado por novas divindades. E às vezes um novo deus concentrava em si mesmo as funções de dois ou mesmo três deuses antigos para sobreviver. A fé em tal deus poderia, infelizmente, ser passageira. E depois de algum tempo, tal deus inevitavelmente acabava indo para o Outro Mundo para juntar-se aos seus ancestrais.

Seguindo os clãs de Ipabog e Nemiz, o clã de Dyi, deus do céu noturno, também foi para o Outro Mundo.

O clã de Perun, que era adorado pelos volinianos, polianos e pelo clã de Triglav, era considerado por Radogosh como um dos mais antigos e fortes clãs existentes. Eles dominavam por completo os segredos da magia vyrajiana, infelizmente, parcialmente perdidos por muitos clãs devido a casamentos com mulheres eslavas mortais.

Um dos exemplos de tal relacionamento amoroso ocorrido trezentos anos atrás era o novo clã Knyaz-Fogo [6], que nasceu de Molonya, a bela knyaginiana, e do poeta e contador de histórias Veles.

Por muito tempo, o conselho de Radogosh decidia: eles deveriam aceitar uma criança na cidade? Ou entregá-la a uma mãe mortal para criá-la? Por fim, Sirin, que aprendeu sobre o amor entre Molonya e Veles, defendeu a criança e sua voz foi decisiva. Desde então, os filhos nascidos de mulheres mortais dos vyrajianos encontraram seu lar em Radogosh.

Suas vidas não eram longas em comparação com as vidas dos vyrajianos, mas, apesar disso, eles viviam muito mais do que um mortal comum. No entanto, os mestiços herdaram algumas habilidades mágicas.

A relação entre Veles e seu filho do clã Knyaz-Fogo não era boa. Veles não sentia o menor amor paterno por seu filho. Então, ele respondia ao pai com uma acentuada frieza. O mestiço do clã Knyaz-Fogo tinha a vida muito mais curta do que a vida de Veles...

... O deus Logos estava ganhando força, e os cruzados atormentavam constantemente as terras eslavas com seus ataques. Eles capturavam homens, mulheres e crianças e os convertiam à sua fé. Radogosh por um período de vários séculos ia se tornando pouco a pouco uma cidade cada vez mais deserta. Apenas um clã dos vyrajianos sobreviveu, liderado pelo mais sábio dos Triglav, o irmão do clã, cujo culto ainda era reverenciado. No entanto, os parentes de Triglav sentiam uma certa falta de energia e, infelizmente, foram enfraquecendo aos poucos. O clã Perun sofreu perdas significativas, mas sobreviveu. Recentemente, Perun soube do caso de amor de sua esposa Dodola com o poeta Veles, o famoso galã de Radogosh. E se não fosse pela intervenção de Magura (filha de Perun e Dodola) na frente de seu pai, Perun, o pai zangado e ciumento, incineraria sua esposa e seu amante poeta.

Apesar do mundo ao redor dos vyrajianos na Terra naquele momento estar desmoronando, Veles fez o possível para não notar.

Recentemente, no entanto, Veles sentia que cada vez mais e com mais intensidade perdia a sua força. Escrever histórias tornou-se cada vez mais difícil. Além disso, os vyrajianos sobreviventes não queriam ouvi-lo. O poeta entendeu que apenas vinte ou trinta anos se passariam e ele percorreria então seu caminho aos antepassados ao Outro Mundo. Os jovens com cada vez menos frequência o ofereciam preces, preferindo não escrever poesia para suas amadas garotas, mas conquistar seus corações de uma maneira diferente. Por exemplo, dando presentes caros ou demonstrando as suas forças.

Até mesmo sua amante Ziva (viúva de Dazhbog) recentemente preferia a companhia dos irmãos guerreiros Radegast e Ruevit. Por algum motivo, Ziva achou um assunto interessante para conversar com eles, mas não com Veles. Principalmente com Ruevit, que mudava de rosto sete vezes ao dia e isso divertia Ziva, permitindo pelo menos uma pequena pausa nos problemas do cotidiano. Veles não entendia nada. Ele nem mesmo suspeitou que Ziva estava ciente de seu relacionamento amoroso com Dodola. Apesar de Magura protegê-lo diante do pai, ela, claro, foi até Ziva e contou sobre o amor de Veles e de sua mãe. Chocada com a traição de Veles, Ziva não sabia o que fazer. A princípio ela queria se atirar-se sobre o traidor e arrancar sangue de seu rosto arranhando-o. Depois ela quis se jogar do alto muro da cidade e acabar com a sua vida. No entanto, o conselho de Magura era simples: Ziva deveria manter sua dignidade feminina e simplesmente ignorar Veles. E foi o que ela fez...

Então agora poeta achava que o mundo todo estava unido contra ele. E que sua amante preferia outro homem.

Veles estava longe o suficiente da casa do clã. Quando uma fraca voz feminina o chamou. O poeta virou-se para ver - ele estava em frente ao palácio, que pertencia ao clã Troyan [7] .

Podia-se observar a figura frágil de Tarusa em frente a ampla porta.

A vyrajiana estava pálida, seus olhos ardiam com um fogo de muita dor.

“Tarusa [8] !” exclamou o surpreso Veles. “Você está doente?”

“Estou morrendo lentamente...” a vyrajiana respondeu calmamente. “Minha vitalidade está acabando. Por favor, entre na casa. Leia alguma poesia para mim...”

Veles obedeceu. Ele entrou na casa, onde imperava o frio e o crepúsculo. A lareira não era acesa há muito tempo. No entanto, Veles percebeu claramente: perto da lareira sem aquecimento havia uma cama, coberta com um cobertor de pele. Nele estavam dois vyrajianos: Barma e Pripekala - a força os deixou. Veles estava cercado de medo, desespero e ódio pelas leis dos vyrajianos, que não permitiam que eles interferissem no curso dos eventos terrestres. Embora anteriormente os vyrajianos, graças à sua magia, tenham dado aos eslavos muito conhecimento, fazendo com que várias tribos os adorassem. Mas, na verdade, os vyrajianos aos poucos se tornaram apenas observadores externos. Inicialmente, em troca de conhecimento, os vyrajianos receberam a energia vital de que precisavam, proveniente das preces dos mortais. Então, a oração passou a fazer parte da vida dos eslavos, os vyrajianos eram adorados como deuses, sendo orados constantemente, com templos sendo erguidos em sua homenagem.

De repente, Veles sentiu excitação e desespero. O que ele cuidadosamente tentou evitar por muitos anos - a morte de sua tribo - estava agora diante de seus olhos. No passado, os vyrajianos chegaram a este mundo jovens e fortes. Todos os clãs estavam juntos, e isso permitiu que eles combinassem seus poderes mágicos e construíssem Radogosh. Agora, os vyrajianos se tornavam meros mortais. E todos morriam silenciosamente dentro das paredes das casas de seus clãs.

Veles lutou para conter as lágrimas. Neste momento trágico, ele percebeu a severidade e desesperança da situação de sua tribo, e... incluindo a sua própria. Sem as orações do povo, todos os vyrajianos morreriam.

“Então o que está acontecendo? Todos nós morreremos se não confrontarmos o deus Logos!” ele exclamou com fervor.

“Não temos o direito de intervir no curso dos acontecimentos”, disse Tarusa quase inaudível.

“Este deus Logos absorve a energia humana”, veio uma voz da cama. Era Barma apoiando a fala de sua esposa.

Quase um século havia se passado desde a expulsão de Uslad de Radogosh, os vyrajianos acreditavam que ele era o deus Logos. Uslad com a ajuda de magia conseguiu obter confiança nas tribos eslavas da margem esquerda do rio, depois subjugou suas mentes à sua vontade e fez com que esquecessem os antigos deuses. E ele assim ganhou muitos seguidores que o ajudaram a sobreviver, nutrindo-o com a energia da oração.

Mas os observadores Alkonost, Sirin, Gamayun e Semargl conseguiram descobrir a verdade e trouxeram as más notícias à Radogosh. Eles informaram aos chefes dos clãs sobreviventes que o deus Logos era uma criatura de um outro mundo, era, antes de tudo, uma espécie de entidade energética, que uma vez instalado em uma pessoa, era capaz de subordinar a mente dessa pessoa à sua vontade. E o exilado Uslad terminou sua vida como um mero mortal, deixando para trás muitos filhos. Cada um deles herdou uma parte da magia de seu pai.

“Ele pode se mover para corpos diferentes”, especificou Pripekala com uma voz fraca e trêmula. “Mas não podemos nos livrar dele, não importa o quanto tentemos. Não importa o quanto tentemos atrair a atenção dos eslavos - o deus Logos está avançando. Ele está mais forte do que nunca.”

“Leia seus poemas para nós,” Tarusa pediu e se sentou em um grande banco de madeira.

“Leia”, ecoaram Pripekala e Barma.

“Se já é hora de partir aos antepassados, então que seja sob o seu grande discurso, Veles”, Barma tentou brincar.

“Bem... Que assim seja.” Veles desdobrou um rolo de pergaminho e, concentrado, começou a recitar sua nova composição para os vyrajianos agonizantes.

Quando o poeta se calou, proferindo as últimas estrofes, Pripekala e Barma soltaram seus últimos suspiros. Tarusa mal se levantou do banco quando se aproximou da caixa em que estavam deitados seu marido e seu irmão e caiu de joelhos. Recentemente, os filhos de Tarusa: Man e Manya também faleceram.

O próprio Barma fez uma pira funerária para seus filhos. E agora tinha chegado a sua hora.

Veles estava perdido.

“Que Triglav ordene fazer uma pira funerária”, entre lágrimas, disse Tarusa com dificuldade. “Ele, Perun e Avsen são os últimos chefes dos clãs. Peço que honrem a memória de meu marido e de meu irmão com uma refeição.”

Veles enrolou o pergaminho e se aproximou da cama dos vyrajianos que partiram para os antepassados.

“Descanse em paz, irmãos,” ele disse, e então deixou o quarto.

Veles caminhou lentamente pela cidade deserta até a casa do clã.

Já era noite. O sol poente do outono iluminou com seus últimos raios as florestas amarelo-avermelhadas localizadas ao redor de Radogosh.

Mas, apesar de seu vazio, a cidade era bonita à sua própria maneira. As paredes da cidade, que acariciavam os raios do pôr do sol, eram decoradas com ferro amarelo mágico, tornando as paredes inexpugnáveis. Os observadores - Sirin, Semargl e Gamayun - voavam alto no céu acima da cidade e do vôo de um pássaro às vezes viam os peregrinos se aproximando da morada dos deuses. Eles se prostravam diante da beleza das paredes douradas da cidade.

 
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