O Peso da Honra

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Из серии: Reis e Feiticeiros #3
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O Peso da Honra
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Morgan Rice

Morgan Rice é a best-seller nº1 e a autora do best-selling do USA TODAY da série de fantasia épica O ANEL DO FEITICEIRO, composta por dezassete livros; do best-seller nº1 da série OS DIÁRIOS DO VAMPIRO, composta por onze livros (a continuar); do best-seller nº1 da série TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA, um thriller pós-apocalíptico composto por dois livros (a continuar); e da nova série de fantasia épica REIS E FEITICEIROS, composta por três livros (a continuar). Os livros de Morgan estão disponíveis em áudio e versões impressas e as traduções estão disponíveis em mais de 25 idiomas.

Morgan adora ouvir a sua opinião, pelo que, por favor, sinta-se à vontade para visitar www.morganricebooks.com e juntar-se à lista de endereços eletrónicos, receber um livro grátis, receber ofertas, fazer o download da aplicação grátis, obter as últimas notícias exclusivas, ligar-se ao Facebook e ao Twitter e manter-se em contacto!

Aclamações selecionadas para Morgan Rice

“Se pensava que já não havia motivo para viver depois do fim da série O ANEL DO FEITICEIRO, estava enganado. Em A ASCENÇÃO DOS DRAGÕES Morgan Rice surgiu com o que promete ser mais uma série brilhante, fazendo-nos imergir numa fantasia de trolls e dragões, de bravura, honra, coragem, magia e fé no seu destino. Morgan conseguiu mais uma vez produzir um conjunto forte de personagens que nos faz torcer por eles em todas as páginas… Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores que adoram uma fantasia bem escrita”

–-Books and Movie Reviews

Roberto Mattos

“A ASCENÇÃO DOS DRAGÕES sucede – logo desde o início… Uma fantasia superior… Começa, como devia, com as lutas e movimentações ordenadas de um protagonista num círculo mais amplo de cavaleiros, dragões, magia e monstros e destino… Toda a ornamentação da alta fantasia está aqui, desde os soldados e batalhas a confrontações com o próprio. Uma vencedora recomendada para qualquer um que aprecia a escrita de fantasia épica alimentada por protagonistas jovens adultos poderosos e confiáveis.”

–-Midwest Book Review

D. Donovan, eBook Reviewer

“Uma ação carregada de fantasia que irá certamente agradar aos fãs das histórias anteriores de Morgan rice, juntamente com os fãs de trabalhos tais como O CICLO DA HERANÇA de Christopher Paolini…Fãs de ficção para jovens adultos irão devorar este último trabalho de Rice e suplicar por mais.”

–-The Wanderer, A Literary Journal (regarding Rise of the Dragons)

“Uma fantasia espirituosa que entrelaça elementos de mistério e intriga no seu enredo. EM BUSCA DE HERÓIS tem tudo a ver com a criação da coragem e com a compreensão do propósito da vida e como estas levam ao crescimento, maturidade e excelência… Para os que procuram aventuras de fantasia com sentido, os protagonistas, estratagemas e ações proporcionam um conjunto vigoroso de encontros que se relacionam com a evolução de Thor desde uma criança sonhadora a um jovem adulto que procura a sobrevivência apesar das dificuldades… Apenas o princípio do que promete ser uma série de literatura juvenil épica.”

--Midwest Book Review (D. Donovan, eBook Reviewer)

“O ANEL DO FEITICEIRO reúne todos os ingredientes para um sucesso instantâneo: enredos, intrigas, mistério, valentes cavaleiros e relacionamentos repletos de corações partidos, decepções e traições. O livro manterá o leitor entretido por horas e agradará a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do género de fantasia.”

–-Books and Movie Reviews, Roberto Mattos.

“Neste primeiro livro cheio de ação na série de fantasia épica Anel do Feiticeiro (que conta atualmente com 14 livros), Rice introduz os leitores ao Thorgrin de 14 anos "Thor" McLeod, cujo sonho é juntar-se à Legião de Prata, os cavaleiros de elite que servem o rei .... A escrita de Rice é sólida e a premissa intrigante.”

--Publishers Weekly

Livros de Morgan Rice
REIS E FEITICEIROS
A ASCENSÃO DOS DRAGÕES (Livro nº1)
A ASCENSÃO DOS BRAVOS (Livro nº2)
O PESO DA HONRA (Livro nº3)
O ANEL DO FEITICEIRO
EM BUSCA DE HERÓIS (Livro n 1)
UMA MARCHA DE REIS (Livro n 2)
UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro n 3)
UM GRITO DE HONRA (Livro n 4)
UM VOTO DE GLÓRIA (Livro n 5)
UMA CARGA DE VALOR (Livro n 6)
UM RITO DE ESPADAS (Livro n 7)
UM ESCUDO DE ARMAS (Livro n 8)
UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro n 9)
UM MAR DE ESCUDOS (Livro n 10)
UM REINADO DE AÇO (Livro n 11)
UMA TERRA DE FOGO (Livro n 12)
UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro n 13)
UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro n 14)
UM SONHO DE MORTAIS (Livro n 15)
UMA JUSTA DE CAVALEIROS (Livro n 16)
O PRESENTE DA BATALHA (Livro n 17)
TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA
RENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro n 1)
ARENA DOIS (Livro n 2)
MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO
TRANSFORMADA (Livro n 1)
AMADA (Livro n 2)
TRAÍDA (Livro n 3)
PREDESTINADA (Livro n 4)
DESEJADA (Livro n 5)
COMPROMETIDA (Livro n 6)
PROMETIDA (Livro n 7)
ENCONTRADA (Livro n 8)
RESSUSCITADA (Livro n 9)
ALMEJADA (Livro n 10)
DESTINADA (Livro n 11)
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Copyright © 2015 por Morgan Rice

Todos os direitos reservados. Exceto conforme permitido pela Lei de Direitos de Autor dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recuperação, sem a autorização prévia da autora.

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Esta é uma obra de ficção.  Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes são produto da imaginação do autor ou foram usados de maneira fictícia.  Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é mera coincidência.

Imagem da capa Copyright Photosani, usada com autorização da Shutterstock.com.


 
“Se perder a minha honra,
Perco-me a mim próprio.”
 
--William Shakespeare
Antony and Cleopatra


CAPÍTULO UM

Theos lançou-se vertiginosamente para o campo, cheio de uma raiva que já não conseguia conter. Ele já não queria saber do seu alvo – ele iria fazer com que toda a raça humana, todo o território de Escalon, pagasse pela perda do seu ovo. Ele iria destruir o mundo inteiro até encontrar o que procurava.

Theos estava devastado com toda esta ironia. Ele tinha fugido da sua terra natal para proteger o seu ovo, para poupar o seu filho da ira de todos os outros dragões, ameaçados pelo seu descendente, pela profecia de que o seu filho se tornaria Mestre de Todos os Dragões. Todos eles tinham desejado destruí-lo e, isso, Theos nunca poderia permitir. Ele tinha combatido os seus companheiros dragões, tinha feito um ferimento grave na batalha e voado, milhares de milhas, ferido, por muitos grandes mares, até ter vindo para aquela ilha de humanos, para este lugar onde os outros dragões nunca o iriam procurar, tudo para proteger o seu ovo.

No entanto, quando Theos aterrou e colocou o seu ovo no chão da remota floresta, ficou vulnerável. Ele tinha pago caro por isso, ficando com feridas abertas feitas pelos soldados Pandesianos e perdido de vista o seu ovo ao fugir apressadamente, tendo a sua vida apenas sido poupada por aquele ser humano, Kyra. Naquela noite confusa, no meio da tempestade de neve e de ventos fortes, ele não conseguia encontrar novamente o ovo, enterrado na neve, apesar de andar em círculos, vezes sem conta. Era um erro pelo qual se odiava, pelo qual culpava a raça humana e que nunca, jamais, iria perdoar.

Theos lançou-se aceleradamente, abriu muito as suas mandíbulas, rugindo em fúria, um rugido que sacudiu as árvores, tendo expelido um bafo de fogo tão quente que até mesmo ele se afastou. Foi um fluxo maciço, suficientemente poderoso para acabar com uma cidade inteira e que se lançou sobre o seu alvo aleatório: uma pequena vila no campo com azar por estar no seu caminho. Lá em baixo, várias centenas de seres humanos, espalhados por fazendas e vinhas, não tinham ideia que a morte estava prestes a saudá-los.

 

Eles olharam para cima, paralisados com um ar apavorado enquanto as chamas desciam, mas já era tarde demais. Gritaram e correram para se salvarem, mas a nuvem de fogo apanhou-os. As chamas não pouparam ninguém – homens, mulheres, crianças, agricultores, guerreiros, todos aqueles que correram e todos aqueles que ficaram paralisados. Theos bateu as suas grandes asas e pô-los todos em chamas, as suas casas, as suas armas, o seu gado, as suas posses. Todos e cada um deles, até ao último, iriam pagar.

Quando Theos finalmente voou para cima, nada restava. Onde em tempos estava a aldeia estava agora uma grande conflagração, incêndios que em breve iriam reduzi-la a cinzas. Ajeitando-se, Theos pensou: os seres humanos vieram das cinzas e às cinzas iriam voltar.

Theos não abrandou. Ele continuou a voar, permanecendo junto ao chão, rugindo enquanto abatia as árvores, arrancava os ramos num único golpe, rasgava as folhas em pedaços. Ele voava ao longo das copas das árvores, esculpindo um caminho, ainda a expelir chamas. Deixava um grande rasto ao passar, uma cicatriz sobre a terra, uma estrada de fogo para que Escalon se lembrasse dele para sempre. Ele pegou fogo a grandes faixas da Floresta de Espinhos, sabendo que não voltaria a crescer por milhares de anos, sabendo que iria deixar esta marca sobre a terra, ficando satisfeito com este pensamento. Ele apercebeu-se, no entanto, que as suas chamas podiam encontrar e queimar o seu próprio ovo. No entanto, dominado pela raiva e frustração, ele não se conseguia deter.

Enquanto voava, a paisagem mudava, gradualmente, por baixo dele. Florestas e campos eram substituídos por construções de pedra e Theos espreitou para baixo e viu que sobrevoava uma extensa artilharia, repleta de milhares de soldados com armaduras azul e amarelo. Pandesianos. Os soldados perscrutaram os céus em pânico e maravilhados, com a sua armadura a reluzir. Alguns, os mais espertos, fugiram; mas os corajosos mantiveram-se firmes e quando ele se aproximou, atiraram-lhe lanças e dardos.

Theos expeliu e queimou todas as armas no ar, fazendo-as cair novamente em terra, em montes de cinzas. As suas chamas continuavam a descer, até alcançarem os soldados que agora fugiam, queimando-os vivos, presos nos seus brilhantes fatos de metal. Theos sabia que em breve, todos aqueles fatos de metal seriam cascas enferrujadas no chão, uma lembrança da sua visita. Ele não parou até queimar o último soldado, deixando à artilharia um caldeirão gigante de chamas.

Theos continuou a voar, para norte, incapaz de parar. A paisagem mudou e voltou a mudar e ele não abrandou, mesmo quando avistou um cenário curioso: lá, muito abaixo, surgiu uma criatura enorme, gigante, emergindo de um túnel na terra. Era uma criatura diferente de qualquer uma que Theos alguma vez tinha visto, uma poderosa criatura. No entanto, Theos não sentiu medo; pelo contrário, ele sentiu raiva. Raiva por aquela criatura estar no seu caminho.

A criatura olhou para cima e o seu rosto grotesco ficou terrificado quando Theos desceu vertiginosamente. Aquela, também, virou-se e fugiu, de volta para o seu buraco – mas Theos não iria deixá-la ir tão facilmente. Se não conseguisse encontrar o seu filho, iria destrui-los a todos, homens e criaturas igualmente. E ele não iria parar até que tudo e todos em Escalon deixassem de existir.

CAPÍTULO DOIS

Vesúvio permaneceu no túnel e olhou para os raios de sol que caíam sobre ele, a luz solar de Escalon, aquecendo-se na melhor das sensações da sua vida. Aquele buraco lá no alto, aqueles raios que por ele cintilavam, representavam a maior vitória com que ele podia sonhar, ou seja, a conclusão do túnel com que ele tinha sonhado toda a vida. Havia quem dissesse que não poderia ser construído e Vesúvio sabia que tinha conseguido o que o seu pai e o seu avô não tinham conseguido, tinha criado um caminho para que toda a nação de Marda invadisse Escalon.

A poeira ainda rodopiava na luz, com detritos no ar por o gigante ter perfurado um buraco no teto e, quando o Vesúvio olhou através dele, soube que o buraco lá no alto representava o seu destino. Toda a sua nação iria segui-lo; em breve, Escalon seria dele. Ele sorriu largamente, já imaginando o estupro, a tortura e a destruição à sua espera. Seria um festival de sangue. Ele criaria uma nação de escravos e a nação de Marta iria duplicar de tamanho – e território.

"NAÇÃO DE MARDA, AVANÇAR!", gritou ele.

Ouviu-se um grande grito atrás dele à medida que as centenas de trolls amontoados no túnel levantavam as suas alabardas e atacavam juntamente com ele. Ele liderou o caminho, agitando o túnel, escorregando e deslizando sobre a terra e sobre as rochas, à medida que fazia o seu caminho em direção à abertura, em direção à conquista. Com Escalon à vista, ele tremia de emoção e o chão tremia por baixo dele. Eram os tremores do gigante que gritava lá em acima, a criatura, também, claramente entusiasmada por estar livre. Vesúvio imaginou o dano que o gigante iria fazer lá em cima, à solta num tumulto, aterrorizando a zona rural – e sorriu ainda mais. Ele teria a sua diversão e, quando Vesúvio ficasse farto dele, matá-lo-ia. Enquanto isso, era um ativo valioso na sua voracidade de terror.

Vesúvio olhou para cima e pestanejou confuso quando viu o céu escurecer, de repente, lá em cima, sentindo uma grande onda de calor a vir na sua direção. Ficou perplexo ao ver uma parede de chamas a descer, de repente, cobrindo o campo. Não conseguia perceber o que estava a acontecer quando uma onda horrível de calor veio na sua direção, escaldando o seu rosto, seguido pelo rugido do gigante – e, em seguida, um enorme guincho de agonia. O gigante caminhou furiosamente, claramente magoado com alguma coisa e Vesúvio olhou para cima aterrorizado, uma vez que ele, inexplicavelmente, se voltou para trás. Com o rosto meio queimado, o gigante atacou entrando novamente dentro do túnel, subterrâneo – e diretamente na sua direção.

Vesúvio olhava fixamente, mas não conseguia perceber o pesadelo que se desenrolava diante dele. Porque é que o gigante tinha voltado para trás? Qual tinha sido a fonte de calor? O que é que tinha queimado o seu rosto?

Vesúvio, em seguida, ouviu um bater de asas, um guincho ainda mais horrível do que o do gigante – e ele sabia. Sentiu um arrepio quando percebeu que lá em cima, a voar, estava algo ainda mais aterrorizante do que um gigante. Era algo que Vesúvio nunca tinha pensado encontrar na sua vida: um dragão.

Vesúvio permaneceu ali, congelado com medo pela primeira vez na sua vida, com todo o seu exército de trolls congelado atrás dele – todos eles apanhados numa armadilha. O impensável aconteceu: o gigante estava a correr com medo de algo ainda maior do que ele. Queimado, em agonia, em pânico, o gigante balançava os seus punhos enormes enquanto descia, golpeando com as suas garras violentas e Vesúvio assistia, com terror, enquanto tudo à sua volta, os seus trolls eram golpeados. Tudo o que estava no seu colérico caminho foi esmagado pelos seus pés, cortado ao meio pelas suas garras, esmagado pelos seus punhos.

E então, antes que ele conseguisse sair do seu caminho, Vesúvio sentiu as suas próprias costelas a racharem-se quando o gigante o apanhou e o atirou pelo ar.

Sentiu-se transportado pelos ares, a tombar às cambalhotas, com o mundo a girar – e, quando deu por isso, a sua cabeça tinha-se esmagado contra uma rocha, com uma terrível dor a dilacerar-lhe o corpo ao embater numa parede de pedra. Quando ele caiu no chão e começou a perder a consciência, a última coisa que viu foi o gigante, a destruir tudo, desfazendo todos os seus planos, tudo pelo qual ele tinha trabalhado e, apercebeu-se que iria morrer ali, muito abaixo da terra, mas longe do sonho que quase teve.

CAPÍTULO TRÊS

Duncan sentiu o ar passar por ele ao deslizar pela corda abaixo, ao pôr-do-sol, descendo os picos majestosos de Kos, agarrando-se à sua preciosa vida ao deslizar mais rápido do que tinha imaginado ser possível. Todos os homens ao seu redor deslizaram, também – Anvin e Arthfael, Seavig, Kavos, Bramthos e milhares de outros, os homens de Duncan, Seavig e de Kavos unidos como um exército, todos a deslizarem pelo gelo abaixo em fileiras, um exército bem disciplinado, ultrapassando-se uns aos outros, todos desesperados para chegar lá a baixo antes de serem detectados. Assim que os pés de Duncan tocaram no gelo, ele imediatamente se atirou para baixo, tendo conseguido não despedaçar as suas mãoes apenas devido às luvas grossas que Kavos lhe dera.

Duncan ficou maravilhado com o quão rápido o seu exército se movimentava, todos praticamente em queda livre pelo penhasco abaixo. Quando ele estava no topo de Kos, não tinha ideia de como Kavos tinha planeado em levar para baixo tão rapidamente um exército deste tamanho, sem perder homens; ele não tinha percebido que eles tinham uma variedade tão complexa de cordas e picaretas que poderia levá-los para baixo de uma forma tão suave. Estes eram homens feitos para o gelo e, para eles, esta descida extremamente rápida foi como uma caminhada casual. Ele finalmente entendeu o que eles queriam dizer quando disseram que os homens de Kos não ficariam presos ali em cima – antes pelo contrário, os Pandesianos, lá em baixo, é que estavam presos.

Kavos, de repente, parou abruptamente, aterrando com ambos os pés num planalto vasto e amplo que se salientava da montanha. Duncan parou ao lado dele, assim como todos os homens, fazendo uma pausa momentaneamente, a meio da descida da face da montanha. Kavos caminhou até a borda e Duncan juntou-se a ele, inclinando-se, vendo as cordas penduradas até lá muito abaixo; através delas, muito abaixo, através da névoa e dos raios finais de sol, Duncan podia ver na base da montanha uma alastrada artilharia Pandesiana de pedra, repleta de milhares de soldados.

Duncan olhou para Kavos e Kavos olhou para trás, encantado. Era uma satisfação que Duncan reconhecia, que tinha visto muitas vezes na sua vida: o êxtase de um verdadeiro guerreiro prestes a ir para a guerra. Era para isso que homens como Kavos viviam. Duncan sentia isso, tinha de admitir, aquele formigueiro nas veias, um aperto no estomago. A visão daqueles Pandesianos entusiasmou-o tanto para a emoção de batalha como entusiasmou os restantes homens.

"Podias ter descido em qualquer lugar", disse Duncan, examinando a paisagem abaixo. "A maior parte está vazia. Poderíamos ter evitado o confronto e avançado para a capital. No entanto, escolheste o lugar onde os Pandesianos são mais fortes."

Kavos abriu um largo sorriso.

"Pois escolhi", respondeu ele. "Os homens de Kavos não procuram evitar o confronto – nós procuramo-lo." Ele gracejou ainda mais. "Além disso", acrescentou, "uma batalha cedo vai aquecer-nos para a nossa marcha para a capital. E eu quero fazer com que esses Pandesianos pensem duas vezes da próxima vez que decidirem cercar a base da nossa montanha. "

Kavos virou-se e acenou para o seu comandante, Bramthos que reuniu os seus homens e juntou-se a Kavos enquanto todos eles corriam para uma enorme pedra de gelo empoleirada na borda do penhasco. Todos eles, como um só, encostaram lá os seus ombros.

Duncan, apercebendo-se do que eles estavam a fazer, acenou para Anvin e Arthfael, que reuniram os seus homens, também. Seavig e os seus homens juntaram-se a eles e, como um só, todos empurraram.

Duncan cravou os pés no gelo e empurrou, lutando sob o seu peso, escorregando, empurrando com tudo o que tinha. Todos eles gemeram, e, lentamente, a pedra maciça começou a rolar.

"Um presente de boas-vindas?", perguntou Duncan, sorrindo, grunhindo ao lado de Kavos.

Kavos gracejou de volta.

"Apenas um pouco de algo para anunciar nossa chegada."

Um momento depois, Duncan sentiu um grande alívio, ouviu o gelo a quebrar e inclinou-se e assistiu com admiração à pedra a rolar sobre a borda do planalto. Deu um passo atrás rapidamente juntamente com os outros e observou a pedra arremessada para baixo a toda a velocidade, rolando, ressaltando na parede de gelo, ganhando velocidade. O enorme pedregulho, com um diâmetro de pelo menos 30 pés, caiu, apressando-se como um anjo da morte na direção da fortaleza Pandesiana lá em baixo. Duncan preparou-se para a explosão que viria a seguir, com todos esses soldados alvos involuntários, à espera.

 

A pedra atingiu o centro da artilharia de pedra e o estrondo foi maior do que qualquer coisa que Duncan tivesse ouvido na sua vida. Era como se um cometa tivesse atingido Escalon, uma explosão ecoando tão alto que teve de cobrir os seus ouvidos, com o chão a tremer debaixo dele, fazendo-o tropeçar. Uma enorme nuvem de pedra e gelo levantou-se, com dezenas de pés de altura e o ar, mesmo dali de cima, tornou-se audível com os gritos e choros aterrorizados dos homens. Metade da artilharia de pedra ficou destruída com o impacto e a pedra continuou a rolar, esmagando homens, achatando edifícios, deixando um rastro de destruição e caos.

"HOMENS DE KOS!", gritou Kavos. "Quem se atreveu a aproximar-se da nossa montanha?"

Ouviu-se um grande grito e os seus milhares de guerreiros, de repente, avançaram para o ataque e saltaram para fora da borda do penhasco, seguindo Kavos, todos a agarrar as cordas e fazendo rapel tão rapidamente que estavam praticamente em queda livre pela montanha abaixo. Duncan seguia, com os seus homens atrás dele, todos a saltar, também, segurando-se às cordas e a descer tão rapidamente que mal podia respirar; ele tinha a certeza de que iria partir o pescoço aquando do impacto.

Segundos depois, ele viu-se a aterrar com força na base, centenas de pés abaixo, descendo para uma enorme nuvem de gelo e poeira, com o barulho da pedra a rolar ainda a ecoar. Todos os homens se viraram e enfrentaram a artilharia e todos soltaram um grande grito de guerra quando sacaram das suas espadas e partiram para o ataque, correndo precipitadamente para o caos do campo Pandesiano.

Os soldados Pandesianos, ainda a rodopiar da explosão, voltaram-se com uma expressão de choque ao ver o exército a atacar; claramente, eles não estavam à espera. Atordoados, apanhados desprevenidos, com vários dos seus comandantes ali deitados mortos, esmagados pela pedra, pareciam muito desorientados para sequer pensar convenientemente. Quando Duncan e Kavos e os seus homens se abateram sobre eles, alguns voltaram-se e correram. Outros tentaram pegar nas espadas – mas Duncan e seus homens atacaram-nos como gafanhotos e esfaquearam-nos, antes de eles sequer terem tido hipótese de as sacar.

Duncan e os homens correram pelo acampamento, sem nunca hesitar, sabendo que o tempo era essencial, derrubando os soldados que recuperavam de todos os lados e seguindo o rasto de destruição deixado pela pedra. Duncan golpeava por todos os lados, esfaqueando um soldado no peito, esmagando o rosto de outro com o punho da sua espada, pontapeando um que o atacou e agachando-se e colocando o seu ombro noutro quando este balanceou um machado na direção da sua cabeça. Duncan não se deteve, derrubando todos que estavam no seu caminho, respirando com dificuldade, sabendo que ainda estavam em desvantagem numérica e que tinha de matar tantos quanto conseguissem o mais rapidamente possível.

Ao lado dele, juntaram-se-lhe Anvin, Arthfael e os seus homens, todos a protegerem-se uns aos outros, todos a correr para a frente, a esfaquear e a defender em todas as direções, enquanto o tilintar dos combates preenchiam a artilharia. Envolvido numa batalha em larga escala, Duncan sabia que teria sido mais sensato ter conservado a energia dos seus homens, ter evitado este confronto e ter marchado para Andros. Mas ele também sabia que a honra obrigava os homens de Kos a lutar esta batalha e ele compreendia o que sentiam; nem sempre o rumo mais sensato, era o que motivava o coração dos homens.

Avançaram pelo acampamento com velocidade e disciplina, com os Pandesianos em tal desordem que mal conseguiam estabelecer uma defesa organizada. Cada vez que um comandante surgia, ou uma companhia era formada, Duncan e os seus homens atacavam-nos.

Duncan e os seus homens corriam apressadamente, como uma tempestade, pela artilharia e, mal tinha passado uma hora, quando finalmente ali, no final do forte, virando-se para cada um dos lados, se apercebeu, respingado de sangue, que não havia mais ninguém para matar. Permaneceu ali, respirando com dificuldade. O crepúsculo caiu e uma névoa fixou-se sobre as montanhas, todas estranhamente silenciosas.

O forte era deles.

Os homens, apercebendo-se, soltaram um viva espontâneo e Duncan estava ali, com Anvin, Arthfael, Seavig, Kavos e Bramthos a aproximarem-se dele, limpando sangue da sua espada, da sua armadura, assimilando tudo. Ele reparou num ferimento no braço de Kavos, que escorria sangue.

"Estás ferido", apontou ele para Kavos, que não parecia reparar.

Kavos olhou para baixo e encolheu os ombros. Ele então sorriu.

"Um arranhão de beleza”, respondeu ele.

Duncan observava o campo de batalha, tantos homens mortos, na sua maioria Pandesianos e alguns eram os seus próprios homens. Ele então olhou para cima e viu os picos de gelo de Kos elevando-se sobre eles, desaparecendo nas nuvens, incrédulo com o quão alto tinham subido e com o quão rápido tinham descido. Tinha sido um ataque relâmpago – como a morte a cair do céu – e tinha funcionado. A guarnição Pandesiana, parecendo tão indomável há horas atrás, era agora deles, nada mais que uma ruína espalmada, com todos os seus homens deitados em poças de sangue, com a morte sob o céu crepuscular. Era surreal. Os guerreiros de Kos não tinham poupado ninguém, sem nenhuma misericórdia e tinham sido uma força imparável. Duncan tinha um novo respeito por eles. Eles seriam parceiros cruciais na libertação de Escalon.

Kavos observava os cadáveres, respirando com dificuldade, também.

"Isso é o que eu chamo de um plano de saída", disse ele.

Duncan viu que ele estava a gracejar ao observar os corpos inimigos, vendo os seus homens a retirar as armas aos seus mortos.

Duncan assentiu.

"E foi uma boa saída", respondeu ele.

Duncan virou-se e olhou para oeste, para além do forte, para o pôr-do-sol, quando movimentações chamaram a sua atenção. Pestanejou e viu algo que encheu o seu coração de calor, uma visão que, de alguma forma, esperava ver. Lá, no horizonte, estava o seu cavalo de batalha, orgulhoso perante o rebanho, com centenas de cavalos de guerra atrás dele. Ele tinha, como sempre, pressentido onde estaria Duncan. E lá estava ele, fielmente à sua espera. Duncan animou-se, sabendo que o seu velho amigo iria guiar o seu exército pelo resto do caminho até à capital.

Duncan assobiou e, ao fazê-lo, o seu cavalo virou-se e correu para ele. Os outros cavalos seguiram-no, ouvindo-se um grande estrondo no crepúsculo, à medida que o pelotão galopava pela planície de neve, dirigindo-se diretamente para eles.

Kavos, ao lado dele, fez um sinal de admiração com a cabeça.

"Cavalos", Kavos comentou, observando-os a aproximarem-se. "Eu mesmo teria caminhado para Andros."

Duncan sorriu.

"Estou certo de que terias, meu amigo."

Duncan deu um passo adiante quando o seu cavalo se aproximou, acariciando a juba do seu velho amigo. Montou-o e, quando o fez, todos os seus homens montaram-se também, milhares deles, um exército a cavalo. Ficaram sentados ali, totalmente armados, olhando para o crepúsculo, nada agora diante deles, para além das planícies cobertas de neve que conduziam à capital.

Duncan sentiu uma onda de excitação ao sentir, finalmente, que estavam na iminência. Conseguia senti-lo, conseguia sentir o cheiro de vitória no ar. Kavos tinha-os levado a descer a montanha; agora era o seu espetáculo.

Duncan levantou a sua espada, sentindo os olhos de todos os homens, de todos os exércitos, em cima dele.

"HOMENS!", gritou ele. "Para Andros!"

Todos soltaram um grande grito de guerra e avançarem com ele, pela noite, através das planícies cobertas de neve, todos preparados para nunca parar até chegaram à capital e travarem a maior guerra das suas vidas.

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