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Из серии: Memórias de um Vampiro #7
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CAPÍTULO SEIS

Aquela é a recepção mais calorosa e generosa que Caitlin poderia ter imaginado. A chegada deles tinha sido como uma longa celebração. Eles encontram um membro do coven após o outro, e ela vê rostos que não tinha visto pelo que parecia uma eternidade – Barbara, Cain, e muitos outros. Todos se sentam para almoçar em uma mesa de banquete enorme, no caloroso castelo de pedra, com peles sob seus pés, tochas ao longo das paredes, aquecidos pelas chamas da lareira enquanto cães correndo ao redor deles. A sala é quente e aconchegante, e Caitlin percebe que está frio para a época – o final de outubro, como Caitlin havia sido informada. 1350. Caitlin não consegue acreditar. Ela está quase a 700 anos do século XXI.

Ela sempre havia se perguntado como seria a vida nessa época, – nos tempos de cavaleiros, armaduras, castelos… Mas ela nunca tinha imaginado nada parecido. Apesar da mudança gritante na paisagem, a ausência de grandes vilas ou cidades, as pessoas ainda são muito calorosas, muito inteligentes, muito humanas. De muitas maneiras, não são muito diferentes do povo de seu tempo.

Caitlin se sente em casa neste tempo e lugar. Ela tinha passado horas a conversando com Sam e Polly, ouvindo suas histórias, sua versão do que havia acontecido com eles ainda na Inglaterra. Ela fica horrorizada ao ouvir o que tinha acontecido entre Sergei e Polly, e orgulhosa de Sam por tê-la salvo.

E durante toda a noite, ela não consegue deixar de notar que Sam mal tira os olhos de Polly. Como uma irmã mais velha, ela sente que uma grande mudança tinha acontecido dentro dele. Ele finalmente parece mais maduro, e pela primeira vez na história, verdadeiramente e totalmente apaixonado.

No entanto, Polly, desta vez, parece um pouco mais evasiva. É mais difícil para Caitlin entender como Polly se sente, e quais são seus sentimentos por Sam. Talvez seja porque Polly é mais reservada. Ou talvez seja porque desta vez, Polly realmente se importa. Caitlin sente que, no fundo, Sam significa o mundo para ela, e que ela está sendo extremamente cuidadosa para não revelar seus sentimentos, ou estragar tudo. Caitlin nota que de vez em quando, quando Sam desvia o olhar, Polly dá uma rápida espiada na direção dele. Mas então ela rapidamente desvia os olhos, para que Sam não a pegue olhando.

Caitlin sente, sem sombra de dúvida, que seu irmão e sua melhor amiga estão prestes a tornar-se um casal. A ideia a deixa emocionada. É engraçado que ambos ainda estejam negando o que estava acontecendo entre eles, e até mesmo tentando fingir que não é nada importante.

A mesa também está repleta de novos amigos humanos, e Caitlin conhece muitas pessoas por quem sente afinidade. São todos guerreiros. O rei está sentado à cabeceira, rodeado por dezenas de cavaleiros. Durante toda a tarde, eles cantam canções sobre beber, e riem alto enquanto contam histórias de batalhas e de expedições de caça. Caitlin percebe que aqueles escoceses são calorosos e amigáveis, hospitaleiros, gostam de beber, e são excelentes contadores de estórias. E ainda assim eles são muito nobres e orgulhosos, além de grandes guerreiros.

A refeição e histórias duram horas, e o almoço se estende até o final da tarde. Tochas se apagam e são acesas novamente. Várias toras de madeira são adicionadas à lareira de pedra; enormes tonéis de vinho são substituídos. Eventualmente todos os cães, cansados, adormecem sobre os tapetes. Scarlet finalmente adormece no colo de Caitlin, enquanto Ruth se deita ao lado de Scarlet. Ruth havia sido bem alimentada, graças a Scarlet, que tinha sido uma fonte inesgotável de carne. Diversos cães ficaram sentados ao redor da mesa, implorando por restos, mas todos têm o bom senso de ficar longe de Ruth. E Ruth, por sua vez, também não parece interessada em brincar com eles.

Alguns dos guerreiros, satisfeitos após tanta comida e bebida, finalmente cochilam envoltos por suas peles. Caitlin percebe que está distraída, e seus pensamentos a levam para outras épocas e lugares, outros assuntos. Ela começa a se perguntar qual seria sua próxima pista; se seu pai estaria naquele lugar e tempo; onde a sua próxima viagem a levaria. Seus olhos começam a fechar, quando, de repente, ela ouve seu nome.

É o rei, McCleod, dirigindo-se a ela em meio ao barulho.

"E o que você acha disso, Caitlin?" Ele pergunta mais uma vez.

Quando ele fala, a animada conversa ao redor da mesa termina, e as pessoas se viram e olham para ela.

Caitlin se sente envergonhada, pois não estava prestando atenção à conversa. O rei olha para ela, à espera de uma resposta. Por fim, ele limpa a garganta.

"O que você acha do Santo Graal?" Ele repete.

O Santo Graal? Caitlin se pergunta. É sobre isso que eles estavam falando?

Ela não faz a menor ideia. Ela não tinha sequer pensado no Santo Graal, e nem sequer sabe do que se trata. Ela agora gostaria de ter prestado mais atenção à conversa. Ela tenta lembrar o que é o Santo Graal, e volta a pensar nos contos de fadas, mitos e lendas de sua infância. Ela lembra as histórias do Rei Arthur. Excalibur. O Santo Graal…

Lentamente, as lembranças começam a surgir. Se ela não estiver enganada, diz a lenda que o Santo Graal é um cálice ou taça, e que dentro dele há um líquido especial… Sim, agora ela se lembra de tudo. Algumas pessoas acreditavam que o Santo Graal guarda o sangue de Cristo, e que bebê-lo as tornaria imortais. Se ela estiver correta, cavaleiros tinham passado centenas de anos procurando por ele, e arriscado suas vidas tentando encontrá-lo, até os confins da terra. E ninguém jamais o havia encontrado.

"Você acha algum dia ele será encontrado?" Pergunta McCleod novamente.

Caitlin limpa a garganta, enquanto a mesa toda continua olhando para ela à espera de uma resposta.

"Hmm…" ela começa, "Eu realmente nunca pensei nisso," responde ela. "Mas se ele realmente existe… então eu não vejo por que ele não possa ser encontrado."

Interjeições de aprovação são ouvidas na mesa.

"Você vê", diz McCleod a um de seus cavaleiros. "Ela é uma otimista. Eu também acho que ele será encontrado."

"Conto da carochinha," diz um dos cavaleiros.

"E o que você vai fazer quando encontrá-lo?" Perguntou outro cavaleiro. "Essa é a verdadeira questão."

"Mas é claro, eu me tornarei imortal", responde o rei, caindo na gargalhada.

"Você não precisa do Santo Graal para isso," diz outro cavaleiro. "Tudo que você precisa é ser transformado."

Um silêncio tenso de repente toma conta da mesa. Claramente, aquele cavaleiro tinha falado demais, ultrapassando algum limite ao mencionar um assunto tabu. Ele abaixa a cabeça, envergonhado, reconhecendo o seu erro.

Caitlin vê a expressão sombria no rosto de McCleod, e naquele instante ela percebe que ele deseja desesperadamente ser transformado. E que ele obviamente ressente o coven de Aiden por não fazer sua vontade. Claramente, aquele cavaleiro tinha tocado em um ponto sensível, um ponto de tensão entre as duas espécies.

"E como é que é?" Pergunta o rei em voz alta, dirigindo sua pergunta para Caitlin, por algum motivo. "A imortalidade?"

Caitlin se pergunta por que ele tinha que perguntar isso a ela, de todos os vampiros que estavam ali. Ele não poderia ter escolhido outra pessoa?

Ela pensa sobre isso. Como é ser imortal? O que ela poderia dizer? Por um lado, ela ama a imortalidade, adora viver em diferentes períodos e lugares, vendo a sua família e amigos repetidas vezes, em cada novo destino. Por outro lado, algumas partes dela ainda desejam que ela tenha uma vida normal, deseja que haja uma sequência normal para as coisas. Acima de tudo, ela havia se surpreendido com a sensação de brevidade da imortalidade: por um lado, ela tem a impressão de que sua vida duraria para sempre, mas por outro lado, ainda sente como se nunca houvesse tempo suficiente.

"Ela não é tão permanente quanto você deve imaginar."

O resto da mesa balança a cabeça em aprovação para sua resposta.

McCleod de repente se levanta da cadeira. Assim que ele faz isso, os outros também se levantam, colocando-se a postos.

Enquanto Caitlin repassa a conversa em sua mente, se perguntando se teria dito algo para deixá-lo transtornado, de repente ela sente sua presença atrás dela. Ela se vira, e ele está em atrás de sua cadeira.

"Você é sábia além de seus anos," ele diz. "Venha comigo. E traga seus amigos. Eu tenho uma coisa para lhes mostrar. Algo que está esperando por você há muito tempo."

Caitlin fica surpreso. Ela não faz a menor ideia do que possa ser.

McCleod vira e caminha para fora da sala, e Caitlin e Caleb levantam-se, seguidos por Sam e Polly, e o seguem. Eles se entreolham espantados.

Eles atravessam o chão de pedra, seguindo o rei pela câmara enorme e saindo por uma porta lateral, enquanto os cavaleiros em torno da mesa lentamente voltam a se sentar e continuam suas refeições.

O rei McCleod caminha em silêncio, atravessando um estreito corredor iluminado por tochas, com Caitlin, Caleb, Sam e Polly logo atrás. Os salões de pedra antigos são repletos de curvas, e eles finalmente chegam a uma escada.

McCleod pega uma tocha da parede e abre caminho escada abaixo na penumbra. Enquanto caminham, Caitlin começa a se perguntar onde, exatamente, ele os estava levando. O que ele poderia ter para lhes mostrar? Algum tipo de arma antiga?

Finalmente, eles chegam a um nível subterrâneo, bem iluminado por tochas, e Caitlin fica espantada com o que vê. O teto baixo arqueado brilha, – banhado em ouro. Caitlin pode ver imagens ilustradas de Cristo, cavaleiros e cenas bíblicas, misturadas a vários sinais e símbolos estranhos. O chão é feito de pedras antigas, já gastas, e Caitlin não consegue evitar a sensação de que eles haviam chegado a uma câmara secreta.

O coração de Caitlin começa a bater mais rápido, ao sentir que algo importante os aguarda. Ela começa a caminhar mais rápido, correndo para alcançar o Rei.

 

"Esta tem sido a sala do tesouro do clã McCleod há mil anos. É aqui que guardamos o nossos tesouros, armas e bens mais sagrados. Mas há algo ainda mais valioso, mais sagrado, que todos eles."

Ele para e vira-se para ela.

"É um tesouro que venho guardando apenas para você."

Ele lhe dá as costas e tira uma tocha de uma das paredes laterais, e quando ele faz isso, uma porta escondida na parede de repente se abre. Caitlin fica espantada: ela nunca teria percebido a existência da porta.

McCleod se vira e os guia por outro corredor sinuoso. Finalmente, eles param diante de uma pequena alcova. Diante deles há um trono, sobre o qual há um objeto solitário: um pequeno baú incrustado de joias. A luz da tocha cintila sobre ele, iluminando-o, e McCleod cautelosamente se abaixa para pegá-lo.

Lentamente, ele levanta a tampa. Caitlin não consegue acreditar.

Ali, dentro do baú, há um único pedaço de pergaminho antigo, desbotado, enrugado e rasgado ao meio. Ele está coberto de por uma forma antiga de escrita, com uma caligrafia delicada, em uma linguagem que Caitlin não reconhece. Ao longo de suas bordas há letras multicoloridas, desenhos e símbolos, e no centro há um desenho, semicircular. Mas como ele foi rasgado ao meio, Caitlin não consegue identificar qual deveria ser o desenho original.

"Para você," ele diz, erguendo-o lentamente e esticando o braço na direção de Caitlin.

Caitlin pega o pedaço de pergaminho rasgado, sentindo-a enrugar em suas mãos, e o segura contra a luz das tochas. É uma página rasgada, talvez de um livro. Com toda a sua simbologia delicada, a mensagem em si parece ser uma obra de arte.

"É a página que falta no Livro Sagrado," explica McCleod. "Quando você encontrar o livro, essa página ficará completa. E quando ela estiver completa, você encontrará a relíquia que todos nós estamos procurando."

Ele se vira e olha para ela.

"O Santo Graal".

CAPÍTULO SETE

Caitlin se senta diante da escrivaninha em seu amplo quarto no castelo de Dunvegan, admirando o por do sol pela janela. Ela examina a página rasgada que McCleod lhe dera, segurando-a contra a luz. Ela lentamente corre os dedos ao longo das letras em latim. Elas parecem ser bastante antigas. A página inteira tinha sido lindamente e primorosamente concebida, e ela fica maravilhada com as diversas cores ao longo das bordas do papel. Naquela época, ela percebe, livros eram feitos para ser verdadeiras obras de arte.

Caleb está deitado na cama, enquanto Scarlet e Ruth estão deitadas sobre uma pilha de peles em frente à lareira do outro lado da sala. O quarto é tão grande, que mesmo com todos eles por perto, Caitlin ainda sente sozinha com seus pensamentos. No quarto ao lado, ela sabe, estão Sam e Polly. Aquele tinha sido um longo dia, uma longa festa com o coven de Aiden e os homens do rei, e todos estavam se preparando para a noite.

Caitlin não consegue parar de pensar sobre a página rasgada, a pista, onde ela poderia levá-la, e se ela encontraria a quarta chave. Será que seu pai estaria lá desta vez? Será que ele a estaria esperando, ou por perto? Seu coração bate mais rápido com a possibilidade. Isso significa que ela iria, finalmente, encontrar o escudo? Que tudo isso chegaria ao fim? E o que ela faria em seguida? Para onde ela iria?

É muita coisa para ela a considerar ao mesmo tempo. Ela sente que só precisa se concentrar na pista à sua frente, e dar um passo de cada vez. Caitlin pensa no que McCleod tinha dito sobre o Santo Graal. Ele havia dito a ela que ele e seus homens haviam dedicado suas vidas para encontrá-lo. A lenda dizia que uma mulher iria chegar e guiá-los até ele. Ele acreditava que ela, Caitlin, era aquela mulher. E é por isso que ele lhe dera sua preciosa pista, o antigo pedaço de papel.

Mas Caitlin não tinha tanta certeza. O Santo Graal não era apenas um mito? Ou seria real? E como aquilo tudo estava ligado à sua busca?

Caitlin não sabe o que tudo aquilo significava, mas enquanto reflete, ela percebe que, mais uma vez, ela finalmente havia encontrado um lugar, aquele castelo, com aquelas pessoas, onde ela sente uma sensação de paz e conforto. Ela se sente em casa em Skye, no castelo, com aquele rei, com seus cavaleiros e, claro, por estar mais uma vez com o coven de Aiden. Ela está emocionada por estar novamente junto a Caleb, Scarlet, Sam e Polly. Finalmente, mais uma vez, tudo parece certo no mundo. Está frio e ventando do lado de fora do castelo, e com o fogo intenso de sua lareira, ela se sente confortável ali, e realmente não quer se aventurar por aí, procurando mais pistas. Ela quer ficar exatamente ali. Ela á consegue imaginar ela e Caleb construindo uma vida juntos ali, com Scarlet e Ruth.

Se eles insistissem em suas missões, como isso poderia afetar seu relacionamento com Caleb? Ou até mesmo colocando em risco Scarlet ou Ruth? Caitlin tem a sensação de que sempre que ela está perto de encontrar outra chave, coisas ruins começam a acontecer.

Caitlin lentamente abandona o frágil pedaço de papel, e olha, então, para o diário fechado na frente dela, colocado sobre a mesa. Ela já está bem gasto, com as páginas amassadas pelo uso, e se parece com uma verdadeira relíquia. Ela estende a mão e lentamente vira suas páginas uma a uma, até quase chegar ao fim. Ela percebe, de repente, que não há muitas páginas em branco restantes. Ela não consegue acreditar. Quando ela havia começado a escrever naquele diário, ela tinha pensado que ele duraria para sempre.

Ela ergue a pena, molha o bico no tinteiro, e começa a escrever.

Eu não posso acreditar que este diário está quase terminando. Ao reler algumas das minhas entradas mais antigas, – como as de Nova Iorque, tenho a impressão de que tudo aconteceu a vidas atrás. Mas também parece que tudo aconteceu ontem.

Penso em tudo por que passei, e eu nem sei mais por onde começar. Creio que muitas coisas aconteceram para que eu registre tudo. Então, vou direto aos fatos mais importantes.

Caleb está vivo. Ele sobreviveu à sua doença. Estou junto a ele mais uma vez. E nós vamos nos casar em breve. Nada me deixaria mais feliz.

Scarlet, a mais bela menina de oito anos de idade no mundo, agora faz parte de nossas vidas. Ela agora é nossa filha. Scarlet também sobreviveu à doença, e eu estou muito feliz por isso.

Sem falar em Ruth, que cresceu e se tornou mais forte do que Rose um dia chegou a ser, e ela é o animal mais leal e protetor que eu já vi. Ruth é uma parte importante de nossa família assim como Scarlet e Caleb.

E estou muito feliz de se reunir com Sam e Polly. Finalmente, eu sinto que a minha família inteira está de volta juntos novamente, sob o mesmo teto.

Estou ansiosa pelo nosso casamento. Caleb e eu não tivemos a chance de falar sobre isso ainda, mas eu sinto que será em breve. Quando eu era mais jovem, sempre tentei imaginar como seria o dia do meu casamento. Mas nunca imaginei algo remotamente parecido com o que isso pode ser. Um casamento vampiro? Como será minha cerimônia?

Espero que Caleb ainda me ame tanto quanto eu o amo. Sinto que sim, e me pergunto se ele também está ansioso para o casamento?

Eu olho para o meu anel, o anel que ele me deu, tão bonito, coberto por todas estas joias brilhantes. Ele não parece real. Nada disso parece real. Mas, ao mesmo tempo, sinto como se estivesse ligada a ele para sempre.

Eu quero encontrar meu pai. Eu realmente quero. Mas eu não quero ter que continuar minha busca, e eu não quero que as coisas mudem. Quero que tudo fique como está. Eu quero ficar com Caleb. E eu quero que nosso casamento aconteça. É errado colocar nosso casamento em primeiro lugar?

Caitlin fecha o diário, e larga a pena. Ainda perdida em outro mundo, ela pisca e olha ao redor do quarto. Ela se pergunta quanto tempo teria passado, enquanto ela havia se distraído com seus pensamentos; ela olha pela janela e vê que o dia está anoitecendo, e quando ela olha em volta do quarto, ela vê que Scarlet e Ruth ainda estão dormindo. Do outro lado da sala, sob a luz das tochas, Caleb também parece estar dormindo.

Caitlin também sente sono. Ela sente que precisar esfriar a cabeça, e tomar um pouco de ar puro. Ela se levanta da escrivaninha em silêncio e começa a atravessar o quarto, determinada a sair sem ser notada. Ela pega um xale de pele no caminho, envolvendo-o ao redor de seus ombros. Assim que ela chega à porta, porém, ela ouve um discreto limpar de garganta.

Ao olhar para trás, Caitlin vê Caleb olhando para ela, com um olho aberto, acenando para ela.

Ela se vira e caminha para o seu lado, e quando ele dá um tapinha na cama, ela se senta ao lado dele.

Ele sorri enquanto abre os olhos devagar. Como sempre, ela se surpreende com sua beleza. Os traços do rosto de Caleb são perfeitos; uma pele limpa e lisa, maxilar proeminente, lábios cheios e suaves, e um nariz perfeito. Ele pisca com seus cílios longos e, em seguida, ergue lentamente a mão e passa os dedos entre seus cabelos.

"Nós quase não tivemos a chance de conversar," ele diz.

"Eu sei," ela responde com um sorriso.

"Eu quero que você saiba o quanto eu ainda te amo," continua ele.

Caitlin sorri. "Eu também te amo."

"E que eu não posso esperar para me casar com você," acrescenta Caleb, abrindo ainda mais o seu sorriso.

Ele se senta e a beija, e os dois continuam se beijando por um longo tempo sob a luz das tochas.

Caitlin sente seu coração se aquecer. É exatamente isso que ela precisava ouvir. É estranha a forma como ele sempre consegue ler os pensamentos dela.

"Agora que estamos aqui, eu quero me casar com você. Antes de continuarmos em nossa busca. Bem aqui. Neste lugar." Ele analisa a expressão no rosto dela. "O que você acha?"

Ela olha para ele, com o coração disparado por emoções conflitantes. Aquilo é exatamente o que ela quer. Mas ela também está com medo. Ela não sabe ao certo como responder.

Finalmente, ela se levanta.

"Onde você está indo?" Caleb pergunta.

"Eu voltarei em breve," ela fala. "Eu só preciso clarear a cabeça."

Ela o beija uma última vez e, em seguida, se vira e sai do quarto, fechando a porta suavemente atrás dela. Ela sabe que se ficasse, iria acabar em seus braços, na cama. E ela realmente precisa organizar seus pensamentos primeiro. Não que ela tenha alguma dúvida sobre ele. Ou sobre o seu casamento. Ou sobre a cerimônia. Mas ela ainda se sente em conflito, dividida entre sua busca, sua importante missão. Seria egoísta colocar o casamento em primeiro lugar?

Enquanto Caitlin atravessa o corredor de pedras vazio, seus passos ecoam e ela vê uma escada que leva para cima, e nota a entrada de uma luz natural vinda daquele local. Ela percebe que se trata do telhado do castelo, o lugar ideal para que ela consiga um pouco de privacidade e ar fresco.

Caitlin se apressa a subir os degraus e começa a sentir o ar fresco do anoitecer. Está mais frio ali do que ela imaginava, com o vento forte de outubro. Ela coloca as peles firmemente sobre os ombros, e fica grata pelo calor.

À medida que Caitlin caminha lentamente ao longo das muralhas, ela olha para a paisagem rural iluminada pelos últimos raios de sol do que, em uma visão incrivelmente bonita. De um lado, fica o castelo sobre um penhasco ao lado de um vasto lago, coberto pela névoa. Do outro lado há uma grande área com árvores e montes e vales. Este lugar é realmente mágico.

Caitlin caminha até a beira de uma muralha, olhando para fora, absorvendo a paisagem, quando, de repente, ela sente uma presença. Ela não sabe como aquilo poderia ser possível, já que todo o telhado estava vazio. Ela se vira lentamente, sem saber o que esperar.

Caitlin não consegue acreditar.

Parado do outro lado di telhado, está uma figura solitária, de costas para ela, olhando para o lago. Uma corrente elétrica percorre todo seu corpo. Ela não precisa ver sua longa túnica, seu longo cabelo prateado, ou o cajado ao seu lado para saber quem é.

Aiden.

Seria realmente ele? Ela se pergunta. Ou seria apenas uma ilusão no anoitecer?

Ela atravessa o telhado, caminhando lentamente até ele, e para alguns metros de distância. Ele fica tão quieto, com os cabelos voando ao vento, sem olhar para trás. Por um momento, ela se pergunta se ele é real. Em seguida, ela ouve sua voz.

 

"Você chegou muito longe," ele fala, ainda de costas para ela.

Lentamente, ele se vira e olha para ela. Seus olhos são de um azul brilhante, mesmo sob a luz fraca, e parecem olhar através dela. Como de costume, seu rosto está inexpressivo. Intenso.

Caitlin fica emocionada ao vê-lo ali. Há tantas perguntas que ela gostaria de lhe fazer e, como de costume, ele parece surgir apenas no momento em que ela mais precisa de orientação.

"Eu não sabia se iria vê-lo novamente,” ela fala.

"Você sempre vai me ver," ele responde. "Às vezes, em pessoa, e às vezes de outra forma," continua ele enigmaticamente.

Um silêncio paira entre eles, enquanto ela tenta organizar seus pensamentos.

"Há apenas uma chave restante," ela começa a dizer. "Isso significa que verei meu pai em breve?"

Ele a estuda e, em seguida, olha lentamente para o lado.

Por fim, ele diz: "Isso depende de suas próprias ações, não é mesmo?"

Seu hábito de responder uma pergunta com outra pergunta sempre a deixa enlouquecida. Ela decide tentar mais uma vez.

"A nova pista," ela fala. "A página. A página rasgada. Eu não sei onde ele leva. Eu não sei o que procurar. Ou onde."

Aiden olha para o horizonte.

"Às vezes as pistas procuram por nós," ele responde. "Você sabe disso agora. Às vezes, devemos esperar que as coisas nos sejam reveladas."

Caitlin pensa sobre isso. Será que ele está lhe dizendo para não fazer nada?

"Então… não há nada que eu possa fazer?" ela pergunta.

"Há muito para você fazer," Aiden responde.

Ele se vira e olha para ela, e lentamente, pela primeira vez desde que Caitlin consegue se lembrar, ele abre um sorriso. "Você tem um casamento para planejar."

Caitlin sente que também está sorrindo.

"Eu gostaria disso, mas eu estava com medo de parecer frívola" ela diz. "Pensei em talvez adiar isso um pouco. Eu achei que deveria colocar minha busca em primeiro lugar."

Aiden balança a cabeça lentamente.

"Um casamento vampiro não é um acontecimento qualquer; é um evento sagrado. É a união de duas almas vampiras. Ele traz mais poder para cada um de vocês, e mais poder para todo o nosso coven. E isso só vai aumentar o seu crescimento, suas habilidades. Estou orgulhoso de você. Você tem crescido muito. Mas se você deve evoluir para o próximo nível, precisa passar por isso. Cada união traz sua própria energia. Tanto para o casal, quanto para o indivíduo."

Caitlin se sente aliviada, animada, mas também nervoso.

"Mas eu não sei como planejar esse tipo de casamento. Eu quase não sei como planejar um casamento humano."

Aiden sorri. "Você tem muitos amigos que irão ajudá-la. E eu vou presidir a cerimônia." Ele sorri. "Eu sou um padre, afinal de contas."

Caitlin abre um largo sorriso, gostando cada vez mais da ideia.

"Então, o que eu faço agora?" Caitlin pergunta, – animada e nervosa, sem saber por onde começar.

Ele sorri.

"Vá ate Caleb. E diga que sim. Deixe que o amor se encarregue do resto."

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